Grandes duelos da repescagem intercontinental para a Copa do Mundo – Parte...

Grandes duelos da repescagem intercontinental para a Copa do Mundo – Parte I

Relembre duelos marcantes que valeram vaga na repescagem para o Mundial

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Nos próximos dias, os fãs de futebol do mundo inteiro conhecerão os últimos países classificados para a Copa do Mundo de 2018. Enquanto na África e na Europa as seleções que ainda sonham com a vaga jogam contra suas “vizinhas”, as representantes da Ásia, da Oceania e das Américas que não conseguiram a classificação direta se preparam para a tensão da repescagem intercontinental.

A disputa direta entre dois times de continentes diferentes acontece desde que as eliminatórias começaram a ser disputadas, para o Mundial de 1934. Na ocasião, o Egito carimbou o passaporte para a Copa na Itália com facilidade, eliminando a seleção do Mandato Britânico da Palestina (posteriormente, Israel) com um placar agregado de 11×2.

De lá para cá, muitos foram os duelos, sempre envoltos em tensão, fabricando herois e vilões. O Alambrado relembra aqui alguns desses confrontos, que de uma forma ou de outra acabaram marcados. Confira:

Israel x Austrália – 1969

O playoff intercontinental para a Copa do Mundo de 1970 colocou frente a frente duas seleções que nunca haviam chegado em uma fase final de Mundial. Israel, que na época ainda representava a Ásia, enfrentou a Austrália, representante da Oceania. O primeiro jogo aconteceria em Tel-Aviv.

Giora Spiegel, meio-campista detentor do recorde de maior número de jogos pela seleção israelense, abriu o placar logo aos 18 minutos, naquele que seria o único gol do jogo. Na volta, em Sydney, um jogo violentíssimo, em que a bola sofreu até os últimos 10 minutos. Foi aí que os dois times resolveram jogar.

Mordechai Spiegler, maior artilheiro da história da seleção, abriu o placar para Israel aos 37. A Austrália empatou cinco minutos depois com Watkiss, mas não foi suficiente. Israel disputaria sua primeira e única Copa do Mundo no México.

Chile x URSS – 1973

Um dos confrontos mais curiosos da história das eliminatórias, graças ao componente político. Pouco mais de duas semanas antes do primeiro jogo, os chilenos sofreram um golpe de estado, que derrubou o presidente eleito Salvador Allende e alçou ao poder o militar Augusto Pinochet.

Os jogadores do Chile tiveram que receber uma licença especial dos militares para saírem do país para disputar a ida em Moscou, e só depois de se comprometerem a não dar declarações sobre o novo governo, sendo que seus familiares estavam sob vigilância dos soldados.

Apoiadora de Allende, a União Soviética deixou claro desde o início que não daria vida fácil aos chilenos. Autoridades proibiram a entrada de jornalistas e câmeras no estádio, o que impediu relatos detalhados sobre o jogo. O que se sabe é que foi um duelo extremamente pegado, que acabaria com o placar de 0x0.

Alegando divergências políticas e questões de segurança, a União Soviética decidiu simplesmente não viajar para o Chile para a partida de volta, que seria no Estádio Nacional de Santiago, onde estavam cativos os presos políticos do regime. A FIFA deu a vitória por WO para o Chile, e ainda bancou uma breve encenação, com os chilenos fazendo um gol simplesmente sem adversário.

Austrália x Irã – 1997

Em 1997, a Austrália começava a apresentar para o mundo uma geração que faria certo sucesso na década seguinte. Craig Moore, Mark Viduka, Harry Kewell e Tony Vidmar eram alguns dos principais nomes do time que enfrentaria o Irã pela classificação para a Copa do Mundo da França.

Tecnicamente os “Cangurus” eram favoritos, mas o Irã tinha um time aguerrido. Isso foi visto na partida de ida, em Teerã. Kewell abriu o placar para os visitantes logo no início, dando a impressão de uma classificação tranquila. mas o atacante Khodad Azizi decretou o empate pouco antes do intervalo, revivendo as chances iranianas.

Na volta, com o estádio de críquete de Melbourne lotado, a Austrália começou querendo mostrar quem mandava. Kewell abriu o placar aos 32, e Aurelio Vidmar ampliou logo no começo do segundo tempo. A vaga parecia certa, mas o leões iranianos acordaram. Aos 30, Bagheri diminuiu. Cinco minutos depois, Azizi apareceu mais uma vez para salvar os iranianos. Seria o gol decisivo, calando os 100 mil australianos presentes em Melbourne.

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