Cerveja, futebol, música, cinema… tantas são as paixões do ser humano que seria impossível enumerá-las nesta matéria, pois eu estaria fugindo do meu foco, que é falar sobre apenas duas delas: cinema e futebol.
Um por si só já é bom. Agora, reunido ao outro, fica perfeito. Ainda mais se o time retratado é o seu, não é mesmo, caro leitor?
Embora o cinema nacional não explore muito a maior paixão do brasileiro, conseguimos reunir algumas obras cinematográficas nas quais grandes clubes nacionais são apresentados. Não só times, claro, mas também craques deste tão apaixonante esporte.
Heleno – O Príncipe Maldito (2012)
Dirigido por José Henrique Fonseca
O filme fala sobre a carreira do polêmico craque Heleno de Freitas (Rodrigo Santoro), que obteve destaque jogando por oito anos no Botafogo-RJ. Mulherengo e “da noite”, acabou contraindo sífilis, e sem fazer questão de qualquer tratamento, teve sua sanidade severamente prejudicada. Isso o fez passar seus últimos dias de vida em um sanatório, em 1959, recordando sobre os feitos de sua carreira ao receber as visitas de Sílvia (Alinne Moraes), sua ex-mulher, e Alberto (Erom Cordeiro), ex-futebolista e amigo.
Heleno era explosivo e criava desafetos com os próprios companheiros de equipe. Fora dos gramados, dormia com diversas mulheres, sofria com os vícios (lança-perfume e éter), além de fumar exageradamente. Todavia, era dono de uma postura elegante tanto dentro como fora de campo. Era considerado membro da alta sociedade. Seu pai era dono de um cafezal.
É considerado o maior ídolo do Botafogo antes de Garrincha, mesmo sem ter conquistado um título sequer, fato que magoava, e muito, o Príncipe Maldito. Outra questão que o chateava era o fato de nunca ter disputado uma Copa do Mundo, já que a Segunda Grande Guerra fez com que os Mundiais de 1942 e 1946 fossem cancelados.
16 de Agosto de 2006 – Um dia sem Fim (2006)
Dirigido por Daniel Pedroso
“A primeira vez a gente nunca esquece”. Quem nunca usou ou ouviu falar desta expressão? Ela vale, e muito, na apresentação deste documentário. Afinal, trata-se da inédita conquista do Internacional na Taça Libertadores em 2006, sobre o São Paulo.
Produzido pela Assessoria de Comunicação do Colorado, a obra conta com imagens exclusivas dos bastidores da decisão, depoimentos dos jogadores envolvidos e torcedores sob a expectativa que dominou Porto Alegre nas últimas 24 horas daquele confronto diante do Tricolor Paulista, tricampeão do torneio.
Ídolo da torcida, Fernandão (já falecido) disse dias antes dos atletas viajaram ao Japão para a disputa do Mundial de Clubes o que achava da produção. “Vou me emocionar toda vez que olhar este DVD. A primeira coisa que vou pedir é para liberarem um filme para levarmos para o Japão. Ele é estimulante.” E de fato foi…
Soberano – Seis Vezes São Paulo (2010)
Dirigido por Carlos Nader
Já que falamos sobre o São Paulo no texto anterior, que tal um filme que relembra as seis conquistas do Tricolor no Campeonato Brasileiro?
A película passa pelos títulos de 1977, 1986, 1991 e o histórico tricampeonato (2006, 2007 e 2008), apresentando a visão de são-paulinos e as histórias dos principais ídolos de cada conquista.
Tostão, a Fera de Ouro (1973)
Dirigido por Paulo Laender e Ricardo Gomes Leite
Projetado para ser um curta-metragem sobre os feitos de Tostão com as camisas da seleção brasileira e do Cruzeiro, “Tostão, a Fera de Ouro”, acabou tomando um novo rumo de acordo com declaração da produtora Daniela Fernandes ao site UAI, de Minas Gerais, após um triste acontecimento. “Quando o Tostão teve o descolamento de retina, todo o cronograma foi por terra”, afirmou.
Portanto, o filme não fala apenas do que Tostão fez dentro de campo, mas também fora, como a vez quando teve de viajar aos Estados Unidos para tratar de sua vista. Operado em Houston, no Texas, ele começava aí seus preparativos para se despedir do futebol como jogador.
Os momentos de Tostão nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, os primeiros tempos de profissionalismo, e outros momentos, foram apresentados por meio de declarações de amigos, parentes, jogadores e, claro, do próprio Tostão.
Casamento de Romeu e Julieta (2005)
Dirigido por Bruno Barreto
De um lado, um torcedor fanático e líder de uma torcida do Corinthians. Do outro, uma linda palmeirense filha de um verdadeiro doente pelo clube alviverde. Nesse pouco que você leu já dá pra perceber a confusão, certo?
Romeu (Marco Ricca) acaba se apaixonando por Julieta (Luana Piovani). Por conta deste amor, ele terá de virar palmeirense para agradar ao sogro Alfredo Baragatti (Luis Gustavo) e também para enganá-lo.
Entretanto, conforme aumenta esse falso amor pelo Palmeiras, o conflito interno de Romeu cresce na mesma proporção, e as coisas tendem apenas a piorar.
Santos para Sempre na Pele (2012)
Dirigido por Bruno Curti e Lorraine Lopes
Um curta-metragem que mostra a paixão pelo Santos eternizada na pele de fanáticos torcedores do Alvinegro Praiano. No filme, são apresentadas as escolhas pelos desenhos, onde a tatuagem será feita e o motivo desta escolha.
Flamengo paixão (1980)
Dirigido por David Neves
“Flamengo paixão” é um documentário que representa as conquistas do rubro-negro através do olhar de um torcedor. Era para ser produzido rapidamente, sem muito a que se prender.
Entretanto, diante da situação do Flamengo, que vinha fazendo ótima campanha na Taça Ouro – Campeonato Brasileiro da época -, fez com que os produtores arriscassem prolongar as gravações. Na época, eles foram à Embrafilme para pedir dinheiro. A empresa prometeu uma verba que lhes garantiria a continuação das filmagens, o que nunca foi cumprido.
Foi então que empréstimos foram realizados, seguiram com as gravações com a esperança de que o retorno viesse. E ele veio com o título do Mengão naquele ano.
Há filmagens de diversos momentos do Flamengo, que conta ainda com entrevistas e homenagens aos maiores ídolos do clube.
O Dia do Galo (2015)
Dirigido por Cris Azzi e Luiz Felipe Fernandes
O dia 24 de julho de 2013 pode ter sido apenas mais um para infinitas pessoas ao redor do mundo. Menos para o torcedor do Galo. Naquele dia, o Atlético-MG conquistava pela primeira vez em sua história a Libertadores da América. Uma campanha heroica.
O curta-metragem tem aproximadamente 23 minutos de duração que narram o feito inédito e são eternos na mente de cada torcedor, que sempre poderá se recordar daquela noite gloriosa.
Geral do Grêmio, o Filme (2010)
Dirigido por Juliano Kracker
O longa-metragem conta a história da principal torcida do Grêmio, que, de acordo com os produtores, “mudou a forma de torcer por um clube no Brasil”.
Em cinco anos de filmagem, a Geral do Grêmio foi gravada em diversos estádios brasileiros, sendo também apresentadas no filme a amizade entre torcidas organizadas.
Aparecem no longa os ex-jogadores Dinho, China e Tarciso. E também personagens recentes, como Tcheco, Lúcio e Mano Menezes, além de dirigentes e jornalistas.
Fluminense Futebol Clube – Centenário de uma Paixão (2002)
Dirigido por Marcelo Santiago
Para falar sobre o centenário de um dos principais clubes do Rio de Janeiro, nada melhor que um torcedor ilustre, como o jornalista Pedro Bial, certo? Assim, ele apresenta as comemorações deste momento único da vida de um clube.
Na obra, há também os depoimentos dos atores Hugo Carvana, Nelson Motta e Evandro Mesquita, que demonstram seu amor pelo Tricolor das Laranjeiras.
O Corintiano (1966)
Dirigido por Milton Amaral
Um dos maiores filmes sobre futebol, em minha opinião. Mazzaropi é um ator fora de série. Consegue transformar uma rivalidade entre Corinthians x Palmeiras, muitas vezes vista como algo ruim, em algo especial. É uma verdadeira obra de arte.
Seu Manoel (Mazzaropi) é um barbeiro fanático pelo Timão. Fanático ao ponto de querer que seu filho largue o curso de Medicina para tentar ser jogador do Corinthians. Mais que isso, ele queria que sua filha, bailarina, largasse a profissão para namorar Rivelino.
Manoel discute diversas vezes com os vizinhos palmeirenses, faz promessas e orações a São Jorge. Possui até mesmo um burro em preto e branco. No filme aparecem jogadores como Rivelino e Dino Sani, além de outros.
