
Sem presidente, sem técnico e sem seu principal jogador. É fácil concluir que o momento vivido pelo futebol argentino está longe do ideal. Enquanto Lionel Messi se retirou da seleção nacional e Gerardo Martino entregou o cargo após o vice da Copa América Centenário, a FIFA, por meio de um comitê normalizador, interveio na AFA, entidade que regula o esporte no país, afundada em graves denúncias de irregularidades.
Como “Tata” também era o responsável por dirigir a equipe olímpica, Julio Orlaticoechea deixou o selecionado sub-20 para assumir às pressas o comando do grupo que disputará os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, sem ninguém para substitui-lo. Assim, a Argentina precisou recorrer ao empréstimo do corpo técnico das categorias de base do Lanús, dias antes da estreia no Torneio Internacional de L’Alcúdia, na Espanha (COTIF).
A iniciativa partiu do presidente do clube grená, Nicolás Russo, que conversou com Ariel Paolorossi logo depois de uma série de atividades no Lanús para lhe fazer a proposta. Em entrevista ao La Nación, o treinador disse que aceitou o convite visando colaborar para o “bem do futebol argentino” e explicou as dificuldades para a tradicional competição amistosa, que será disputada de 24 de julho a 4 de agosto, em Valência.
Entre os problemas, está o curto período de tempo para realizar a preparação. Ao lado do ajudante de campo Gabriel del Valle Medina, do preparador físico Héctor Coceres e do preparador de goleiros José Romero, todos empregados do Lanús, Paolorossi orientou apenas seis treinamentos, incluindo um amistoso com o Temperley, mas mantém expectativas otimistas para dar sequência ao trabalho de Orlaticoechea.

Antes de embarcar rumo à Europa, o atual técnico dialogou com seu antecessor para se inteirar sobre ideias de jogo, táticas e jogadores que vinham sendo utilizados.
Algumas mudanças foram promovidas – nenhuma radical, o que facilita o entrosamento. Como Paolorossi encara o trabalho como temporário, seu objetivo é realizar um bom torneio e representar o país sul-americano da melhor maneira possível.
A estreia da Argentina acontece na próxima segunda-feira (25), contra o Marrocos. Completam o grupo B México, Catar e Costa Rica, enquanto no grupo A figuram Espanha, Venezuela, Estados Unidos, Bahrein e Mauritânia.
Para a Albiceleste, o certame será uma espécie de laboratório antes do início da 28ª edição do Sul-Americano Sub-20, em janeiro de 2017, no Equador, onde os hermanos defenderão o título de 2015 e buscarão o hexacampeonato.
Até lá, espera-se que a densa neblina que encobre o futebol argentino tenha se dissipado, permitindo a normalização institucional e o consequente reflexo positivo na administração do esporte para que eventos similares não voltem a ocorrer. Mas o cenário é bastante complicado.
Veja abaixo a lista dos 22 jogadores convocados da Argentina:
Goleiros: Facundo Cambeses (Banfield), Lucas Bruera (Estudiantes de La Plata) e Marcos Peano (Unión);
Defensores: Marcos Senesi, Gabriel Rojas y Nicolás Zalazar (San Lorenzo), Matías Nani y Enzo Ortiz (Lanús) e Juan Di Lorenzo (Independiente);
Meio-campistas: Emiliano Purita y Franco Moyano (San Lorenzo), Pedro Emmanuel Ojeda (Rosario Central) e Francisco Solé (Argentinos);
Atacantes: Guido Vadalá (Juventus-ITA), Gastón del Castillo (Independiente), Tomás Conechny (San Lorenzo), Braian Guille, Lautaro Martínez e Brian Mansilla (Racing), Pablo Abel Argañaraz e Matías González (Lanús) e Carlos Lattanzio (Estudiantes de La Plata).