O futebol equatoriano não vem impressionando muito na edição atual da Copa Libertadores da América. Faltando apenas uma rodada para o fim da fase de grupos, dois representantes do país estão eliminados (Emelec e LDU). O único que se salvou foi o Independiente Del Valle, classificado em um grupo difícil, com Atlético-MG e Colo Colo.
Apesar do momento atual não ser tão fascinante, o Equador já teve seus dias de glória na competição de clubes mais prestigiada da América Latina. E nem foi há tanto tempo assim.
Comecemos pela primeira vez que um clube equador foi para uma decisão de Libertadores. O Barcelona de Guayaquil o fez em duas oportunidades. A primeira foi em 1990, quando foi derrotado pelo tradicional Olimpia-PAR. A segunda, em 1998, quando perdeu para nada menos que o timaço do Vasco da Gama.
Mas foi a LDU que, em sua primeira decisão, conseguiu o sucesso que seus rivais tanto sonhavam: o título. Aconteceu na Libertadores de 2008, em uma campanha heroica do clube liderado por Cevallos, Urrutia, Manso e comandado por ele: Edgardo “El Patón” Bauza .
A equipe equatoriana caiu no Grupo 8, junto de Fluminense, Arsenal de Sarandí-ARG e Libertad-PAR. Disputou com o Tricolor carioca a liderança do grupo, mas acabou avançando em segundo lugar para o mata-mata. Foram três vitórias (Libertad e Arsenal em duas oportunidades), um empate (Fluminense) e duas derrotas (Fluminense e Libertad).
Então, enfrentaria nas oitavas a tradicional equipe do Estudiantes de La Plata-ARG, vencendo o primeiro confronto em casa, na altitude (fator determinante na campanha), por 2 a 0. No jogo de volta, derrota por 2 a 1 e classificação assegurada. Nas quartas eles encarariam mais um argentino, desta vez o San Lorenzo. Foram dois empates por 1 a 1 e classificação decidida nas penalidades. Cevallos entraria em ação agarrando uma cobrança e garantindo a classificação por 5 a 3.
As semifinais então seriam disputadas contra o América-MEX. Novamente, as duas partidas acabariam empatadas, mas desta vez não seria necessária a decisão por pênaltis. No primeiro confronto, disputado no México, a LDU conseguiu um empate em 1 a 1 contra os mexicanos, vindo com a vantagem do empate em 0 a 0 para o Equador. E foi o que conseguiram. Empate em 0 a 0 e classificação inédita e histórica para a final. Porém, o adversário era o Fluminense, equipe a qual não conseguiu vencer na fase de grupos.
Como o Fluminense foi a melhor equipe ao longo da competição, decidiria em casa, fazendo o primeiro jogo da decisão no Equador, na altitude de Quito. Na primeira partida, vitória por 4 a 2 da LDU sobre o Fluzão. o placar seria mais elástico se não fosse o gol de Thiago Neves para diminuir o placar. Ao término da partida, o jogador disse que “aquele era o gol do título”.
Na segunda partida, Bolaños abriria o placar em pleno Maracanã lotado, obrigando o Fluminense a marcar três gols para levar a partida para a prorrogação, e quatro para ser campeão. Era a hora de Thiago Neves, o craque do time, entrar em ação. E entrou. Marcou os três gols necessários para prorrogar o confronto, que seria decidido nos pênaltis.
Na prorrogação o Fluminense bem que tentou, e até teve um pênalti claríssimo não assinalado pelo árbitro argentino Héctor Baldassi, que seria determinante. Nas penalidades, Conca, Thiago Neves e Washington desperdiçariam suas cobranças, todas defendidas por Cevallos. A LDU vencia por 3 a 1 e sagrava-se campeã da Libertadores da América 2008. Era a primeira Libertadores de Patón, que em 2014 conquistaria outra com o San Lorenzo-ARG.
Curiosidade ou não, as duas equipes encontrar-se-iam em 2009, na decisão da Copa Sul-Americana, e novamente a LDU conquistaria um título continental em pleno Maracanã, calando vários torcedores do clube carioca.
Na atual Libertadores, a LDU decepcionou. Perdeu quatro partidas e venceu apenas uma. Ainda falta um confronto para o clube equatoriano diminuir o vexame, mas saber quando veremos novamente uma equipe equatoriana na decisão do maior campeonato do continente é difícil de saber.
Relembre os dois jogos da decisão: