Prodígio nos estudos desde garoto, Bamford frequentou uma das escolas mais tradicionais e renomadas da Inglaterra, a Nottingham High School. As notas altas atraíram o interesse da Faculdade de Harvard, que ofereceu ao então adolescente de 16 anos uma bolsa de estudos. Dividindo seu tempo entre os estudos de alemão e francês, a prática no piano, saxofone e violino, e os treinos nas categorias de base do Nottingham Forest, seu clube do coração, ele precisou fazer uma escolha definitiva. E escolheu a bola.
“Meu sonho sempre foi jogar futebol, então quando soube que tinha chance de alcançá-lo e me tornar profissional, Harvard ficou em segundo plano”, declarou em entrevista ao Daily Mail. Pelo menos por enquanto, parece que a opção foi acertada. Com apenas duas partidas realizadas pelo time principal do Forest, Bamford foi contratado pelo Chelsea em 2012.
Por conta da alta concorrência no time londrino, o jovem foi emprestado primeiramente ao MK Dons e depois ao Derby County, para ganhar experiência e ritmo de jogo. Fez o início da pré-temporada em 2014/15 com o Chelsea, chegando a marcar gols, mas a chegada de Diego Costa e o retorno de Drogba impediram mais uma vez que ele se firmasse nos azuis.
José Mourinho elogiou as qualidades do atleta, que apesar da altura (1,85m) apresentava muita mobilidade e habilidade com a bola no pé esquerdo, além de um senso de posicionamento apurado. O empréstimo para o Middlesbrough foi selado como mais um teste para Bamford, e ele foi aprovado mais uma vez. As boas atuações e os 17 gols na liga garantiram um lugar ao time nos playoffs do acesso à Premier League, além de darem ao atleta o prêmio de Melhor Jogador da Temporada 2014-15 da Segunda Divisão Inglesa.
Mourinho despistou sobre a utilização de Bamford na próxima temporada, dizendo que “ele não deve pensar no futuro ainda, e sim nos seus colegas de time e no acesso à divisão principal”. Mas a torcida do Chelsea tem se empolgado com a possibilidade de contar com o jogador o mais breve possível, o que pode acelerar seu retorno.
Bamford parece um estranho no ninho no meio do futebol, alguém que nunca arranhou o pé jogando descalço na rua e que ocupa o lugar de outro que provavelmente só teria a bola como opção. Para acabar com os olhares de estranheza, o prodígio vai ter que jogar muito e mostrar a que veio. Ao menos até agora, a missão vem sendo bem sucedida.
