O dia em que o São Paulo calou o Real Madrid e...

O dia em que o São Paulo calou o Real Madrid e gritou “É campeão!”

Relembre a goleada do Tricolor sobre os Merengues no Torneio Ramón de Carranza em 1992

COMPARTILHAR

O calendário “flexível” e o interesse em divulgar a força das equipes no exterior fez com que duelos entre grandes clubes brasileiros e europeus se tornassem comuns na década de 90. Um dos torneios que propiciava esses encontros era o tradicionalíssimo Ramón de Carranza, que em sua 38ª edição, em 1992, colocou frente a frente São Paulo e Real Madrid.

Os times se encontraram na cidade de Cádiz, na Espanha. Pelos lados do Tricolor do Morumbi, que vinha da conquista de um bicampeonato Paulista (91 e 92) e de uma Copa Libertadores da América, Telê Santana contava com estrelas como Zetti, Ronaldão, Dinho, Pintado, Raí, Palhinha e Muller.

O Real tinha sido campeão espanhol na temporada 1991/92 e tinha no elenco o recém-contratado Ricardo Rocha, zagueiro brasileiro, que não jogou por conta de uma torção no tornozelo. Luis Enrique e o futuro ídolo madrilenho Fernando Hierro eram alguns dos destaques do elenco.

Durante todo o primeiro tempo, ambos os times deram poucas emoções para a torcida. Mesmo assim, o São Paulo mostrava um pouco mais de interesse pelo caneco do torneio. Aos 7 minutos de jogo, a zaga dos Blancos não conseguiu afastar a bola de perto da área. A pelota sobrou para o meia Raí, que bateu cruzado na entrada da área, deixando Elivelton sozinho na frente do goleiro. O meio-campista não perdoou e abriu o placar.

No mais, foi um primeiro tempo dominado por Raí. Foram várias trocas de passes, domínio da bola e controle do jogo. Uma das emoções da primeira etapa foi a expulsão do atacante chileno Ivan “BamBam” Zamorano.

Vivendo seu auge, Raí foi essencial nas conquistas do tricolor em 92 e 93 (Foto: Divulgação/SPFC)
Vivendo seu auge, Raí foi essencial nas conquistas do tricolor em 92 e 93 (Foto: Divulgação/SPFC)

Na etapa complementar, os brasileiros se aproveitaram da vantagem numérica. Logo aos três minutos, os tricolores começaram o passeio. Em uma desatenção no meio-campo madridista, Raí dominou com estilo, protegeu dos zagueiros, e tocou na saída do goleiro. O 2 a 0 estava no placar de Cádiz.

Mas não parou por aí, não. Logo na sequência, outro rápido contra-ataque, desta vez aproveitado por Muller. Com quatro minutos do segundo tempo, o jogo já estava 3 a 0, com os Merengues entregues em campo.

Com menos de 15 minutos da segunda etapa, já era possível ouvir os gritos de “olé” da torcida presente no estádio que dava nome ao torneio. Quando todos achavam que não sairia mais nada, o São Paulo foi ao ataque novamente. O meio-campo do time espanhol não marcava e a zaga dava muita bobeira.

Neste momento, Muller fechou o placar no seu melhor estilo. Bola enfiada nas costas da zaga para explorar a velocidade do atacante, que deixou para trás o zagueiro e colocou com cuidado no fundo do barbante.

Estava lacrado o placar. Na sequência, foi apenas esperar o caneco que seria entregue no final do jogo. Telê ainda poupou as maiores estrelas, como Raí e Zetti, mas seguiu jogando com seriedade e respeitando o adversário.

No final do jogo, os tricolores ainda foram aplaudidos pelos espanhóis na hora em que levantaram o troféu, sob os olhares do técnico que foi considerado “pé-frio” anteriormente. Era apenas um aquecimento para os títulos Mundiais e o bicampeonato da Libertadores.

Deixe seu comentário!

comentários