Em 1998, Chile chegou à Copa com ‘a melhor dupla de ataque’...

Em 1998, Chile chegou à Copa com ‘a melhor dupla de ataque’ do mundo

Zamorano e Salas fizeram estrago antes do início da Copa do Mundo na França

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Em 1998, a Copa do Mundo disputada na França tinha entre as 32 nações postulantes ao título uma seleção sul-americana que chegou de forma discreta, mas encantava a todos graças a uma dupla de ataque incrível.

O Chile havia se classificado ao Mundial após 20 anos de ausência, muito em função da dupla formada por Marcelo Salas e Iván Zamorano, artilheiro isolado das eliminatórias. Os jogadores eram uma espécie de astros numa constelação esvaziada. Apesar da boa geração, os atacantes estavam em patamares bem superiores ao restante do elenco.

Ambos viviam grande momento. Zamorano, já consagrado, tinha 31 anos. Centroavante da Inter de Milão, era o homem de área, e um dos melhores de sua geração. Ao seu lado, Marcelo Salas. Com 23 anos, o atacante vivia grande fase no River Plate e despertava a curiosidade de toda Europa.

Mais rápido e com capacidade de atuar pelos lados ou mais atrás de Zamorano, formou uma dupla impossível na seleção. Antes da Copa de 1998, a campanha nas Eliminatórias e alguns amistosos mostraram que aquela era “uma das melhores duplas da atualidade”.

A grande dupla chilena (Foto/Reprodução/cnnchile.com)
A grande dupla em ação pelo Chile (Foto/Reprodução/cnnchile.com)

E o Chile não dependia somente desta parceria. Um amistoso, em específico, chamou atenção. Era fevereiro de 1998. Palco histórico. Em Wembley, às vésperas da Copa do Mundo, os ingleses, donos da casa, receberam os chilenos.

No histórico do confronto, dois empates e duas vitórias inglesas. Naquele momento, a Three Lions vivia bom momento, após a campanha de bom futebol na Eurocopa de 1996. La Roja, por outro lado, vinha de altos e baixos, como na Copa América de 1997.

O favoritismo inglês era nítido. Porém, Marcelo Salas mostrou um pouco de seu talento. Sem Zamorano, a promessa fez um jogo de alto nível, marcou os dois da vitória por 2 a 0 e deu o recado: os US$ 13 milhões pagos ao River Plate pelo Lazio à época foram pouco.

Os gols e a personalidade dele foram determinantes para o Chile ir à Copa com status de equipe a ser temida. Apesar das fragilidades de alguns jogadores, aliada à falta de bagagem em partidas deste nível, os atacantes colocavam o time em outro patamar.

Ao chegar ao Mundial com desconfianças, apesar das certezas sobre a dupla de ataque, o Chile era visto como um dos possíveis classificados para a próxima fase. Sorteado no grupo da forte Itália, o B, iria disputar a segunda vaga com Áustria e Camarões. Cenário difícil, mas com boas possibilidades de avançar no torneio.

A primeira partida, contra a Azzurra, servia para mostrar o real poder do quadro sul-americano. E o resultado não poderia ser melhor do ponto de vista da confiança do time: 2 a 2, com empate da Itália no fim do segundo tempo, em pênalti cobrado por Baggio.

Na ocasião, o duelo contou com show de Salas. O atacante fez dois gols e mostrou que a seleção estava com força. Nas duas partidas seguintes, o empate se repetiu: 1 a 1 contra Áustria (gol de Salas, assistência de Zamorano) e Camarões (gol de José Luis Sierra).

A classificação foi atingida – e de forma rara, com três pontos somente. O adversário nas oitavas de final foi o forte Brasil, atual campeão na época. O resultado de 4 a 1, com novo gol de Salas, nem foi tão sentido. O objetivo havia sido cumprido. E a melhor dupla de ataque recente do Chile mostrou por que era das mais fortes na época.

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