O Sul-Americano Sub-17 deste ano serviu como uma espécie de remédio aos anseios sempre muito empolgados dos brasileiros com a seleção. A melhor geração nacional desde a equipe formada pelos jogadores /91 e /92, que tinha Neymar como expoente, não decepcionou.
A competição disputada no Chile teve o Brasil como protagonista. Do início ao fim. Foram nove jogos em que os torcedores não viram derrotas. O retrospecto de sete vitórias e dois empates, com 24 gols marcados e três sofridos, consagrou o 12º título do torneio.
E a hegemonia veio com futebol bem jogado e um aspirante a novo ídolo nacional: Vinícius Júnior. Além da ofensividade, organização e desenvolvimento coletivo proposto por Carlos Amadeu, o atacante do Flamengo facilitou a vida da seleção.
Aos 16 anos, Vinicius mostrou no torneio o porquê de ser apontado como uma das maiores promessas do futebol mundial. Técnico, habilidoso, ousado e goleador, o flamenguista sobrou na competição.
Junto a ele, Alan Guimarães, camisa 10, Lincoln e Paulinho formavam um quarteto ofensivo muito eficiente. Na defesa, destaque para Vitão.
Entre as outras seleções, destaque para o Paraguai e Chile, times sólidos, e para a Colômbia, que apresentou um leque de jogadores técnicos no ataque – as quatro equipes se garantiram no Mundial, que será disputado em outubro.
Vale citar a forte presença venezuelana na primeira fase. Com um equipe entrosada e de muita imposição física, ficou perto de disputar o Mundial.
Quem ficou de fora, e causou surpresa, foram Argentina e Uruguai. Enquanto os argentinos pecaram nas duas primeiras partidas, os rivais chegaram badalados, como segunda força do torneio.
Porém, as peças não se encaixaram e deixaram de forma antecipada a competição. O gosto de “poderia mais” ficou, e a geração deve ir pilhada para o Sul-Americano Sub-20.
Seleção do torneio (formada em um 4-3-3)
Goleiro
Gabriel Brazão – 05/10/2000 – Cruzeiro- Brasil
Tranquilo e seguro, foi peça importante para a seleção. Tendo em comparação os antecessores, deu um salto de qualidade na posição. Quando acionado, mostrou ótimo reflexo. Pode ser o grande goleiro da geração /00.
Lateral-direito
Wesley – 13/03/2000 – Flamengo – Brasil
Forte no apoio e constante na defesa, Wesley se mostrou a melhor opção brasileira para a posição. Destaque na primeira fase, aproveitou-se do entrosamento com Vinicius Junior e Lincoln para se destacar.
Zagueiros
Roberto Fernández- 07/06/2000- Guarani- Paraguai
Três gols e peça da terceira melhor defesa de toda a competição. Muito bom no jogo aéreo, foi peça importante para a ótima campanha paraguaia. Não duvide em vê-lo em competições sul-americanas em breve.
Vitão- 02/02/2000- Palmeiras- Brasil
Zagueiro de projeção internacional, Vitão é completo. Técnico, rápido e com boa saída de bola, poucos se comparam a ele na geração. Foi soberano na zaga brasileira no torneio.
Lateral-esquerdo
Weverson- 05/07/2000- São Paulo- Brasil
Um das apostas do São Paulo para a posição, é cogitada a sua promoção após o título. Com bom porte físico, é um lateral muito correto. Apesar de não ser brilhante ofensivamente, cumpre suas funções e sempre dá opções aos times.
Meio-campista
Martin Lara- 28/12/2000 – Universidad Católica- Chile
O meio-campista baixinho era a peça-chave do setor chileno. Marcador implacável, ao mesmo tempo que apresentava boa sáida de bola, o dinamismo apresentado dá esperanças de mais um grande jogador da posição no Chile. Vidal pode ser inspiração.
Victor Bobsin- 12/02/2000- Grêmio- Brasil
Junto de Marco Antônio, difícil escolher o melhor volante do Brasileiro na competição. Porém, Bobsin fica com o voto pela grande projeção. A técnica apurada o coloca como um postulante a jogador de grande nível. Se tiver mais intensidade, vai brilhar.
Alan Guimarães- 08/03/2000- Palmeiras- Brasil
Dono de uma inteligência acima da média, Alan foi o jogador mais constante do Brasil. Sempre participativo, foi o cérebro da equipe. No jogo contra o Equador, deu três assistência. Camisa 10 de classe.
Atacantes
Vinícius Júnior- 12/07/2000- Flamengo- Brasil
Sete gols, assistências e inúmeros dribles. Não há nenhuma dúvida que foi o craque da competição. Se os olheiros do Barcelona analisaram bem o torneio, o Flamengo terá que resistir às propostas. Tem potencial para ser ídolo do Fla e seleção.
Jan Carlos Hurtado- 05/03/2000- Deportivo Táchira- Venezuela
Forte fisicamente e muito veloz, foi o grande destaque da equipe venezuelana. Tem perfil de atleta inglês, que pode atuar pelos lados ou mais centralizado. Fez ótima partida contra o Brasil na primeira fase.
Lincoln- 16/12/2000- Flamengo- Brasi
Camisa 9 goleador, mas que sabe atuar fora da área. Foram cinco gols e inúmeras assistências. Chama atenção na base do Flamengo e faz com Vinícius Júnior uma dupla quase perfeita para a base.
Técnico
Carlos Amadeu- 06/09/1965- Brasil
Ganhou o segundo Sul-Americano Sub-17 seguido. Mas desta vez com uma equipe mais empolgante e ofensiva. Acertou ao dar total espaço para Alan Guimarães e Vinícius Junior, além de optar por Paulinho.