Resistencia, do Paraguai, dará título de sócio a árvore que nasceu na...

Resistencia, do Paraguai, dará título de sócio a árvore que nasceu na arquibancada

Clube que milita na segunda divisão do futebol guarani fará cerimônia simbólica neste domingo (6)

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Resistencia Paraguai
O Lapacho, ou Tajy, é a árvore nacional do Paraguai (Foto: Divulgação/Resistencia)

Existem vários torcedores símbolos ao redor do mundo. Todavia, nenhum deles se compara à fã que será homenageada no próximo domingo (6) pelo Resistencia, do Paraguai. Isso porque a futura beneficiária do título de sócio do clube literalmente nasceu e cresceu nas arquibancadas do Estádio Tomás Beggan Correa, no bairro de Ricardo Brugada, em Assunção: uma árvore de Lapacho. Isso mesmo. Você leu certo.

A ideia de preservá-la surgiu durante a remodelação de um setor da cancha. Em grande iniciativa ambientalista conjunta, o Resistencia e a PAYCO (Paraguay Agricultural Corporation) decidiram manter a ilustre espectadora atrás do gol para promover um trabalho de conscientização sobre o perigo das devastações que ocorrem nos bosques da América do Sul. Por isso, ela será reconhecida como parte da instituição guarani.

Sempre ao lado do Resistencia em todos os momentos, sendo companheira dos antigos frequentadores e referência para as novas gerações de torcedores, a árvore terá uma cerimônia antes do jogo contra o Deportivo Liberación, no domingo, quando os dirigentes farão a entrega simbólica de um carnê de sócio e uma camisa. Quem for ao estádio também será presenteado com uma planta. Um verdadeiro gol de placa.

Veja abaixo a íntegra da mensagem divulgada pelo clube:

“Sejamos sinceros. Em todos esses anos, ninguém nunca a viu chegar e muito menos ir embora.

Sempre esteve ali, cravada, como um mártir natural ao qual ninguém faz sombra.

A imagem obrigatória que os mais velhos têm no clube é dela se erguendo nas arquibancadas. Incondicional. Sempre plantada.

Religiosamente no mesmo lugar, como se fosse uma superstição que nem a mais cruel das derrotas modifica.

Sim. Acredite em mim porque não exagero. É como se esses 45 minutos protegendo as costas do nosso goleiro se entrelaçassem no intervalo com os 45 minutos seguintes insultando o arqueiro visitante, formando raízes inflexíveis entre o concreto da arquibancada e ele.

Em honra à verdade, nós não imaginamos as arquibancadas do velho ‘Resi” sem suas extremidades estendidas, como ramificando-se lá no topo, abraçando todos os fãs em um gesto eterno de verdadeira comunhão futebolística.

Os torcedores a escolheram como símbolo, por isso a tornamos sócia de nosso amado triângulo vermelho (o escudo do clube), buscando o nascimento de novos torcedores como ela. Para que essa árvore todas as semanas se torne um pouco mais bosque.

Venha incentivar o único cube cujos fãs crescem dia a dia.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.