Trauma de pênaltis? Espere até ver o histórico da Inglaterra

Trauma de pênaltis? Espere até ver o histórico da Inglaterra

Somando equipe masculina, feminina e sub-21, Three Lions perdeu 12 de 14 disputas na marca da cal

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A disputa de pênaltis foi introduzida na Eurocopa só em 1976, na 5ª edição do torneio. Já a Copa do Mundo, por sua vez, usou o método pela primeira vez dois anos mais tarde. De lá para cá, houve países que saborearam inesquecíveis alegrias na marca da cal. E houve também os que passaram por grandes traumas. Alguns mais do que outros, é verdade.

Nenhum deles, porém, sofreu mais que a Inglaterra. E bota sofrimento nisso.

Vocês podem achar exagero, quase um clichê futebolístico perpetuado à medida que é repetido constantemente. Será mesmo? Vamos aos números. A Three Lions, de fato, é muito infeliz nos tiros de 11 metros. Até hoje, encarou sete definições por pênaltis nos referidos certames. E só venceu uma única vez, tendo aproveitamento de quase 14,3%.

David Seaman
David Seaman defende pênalti na Euro de 1996 (Foto: Reprodução/UEFA)

O exótico desfecho ocorreu nas quartas de final da Euro de 1996, contra a Espanha, no Estádio de Wembley, após empate sem gols.

Na ocasião, os anfitriões acertaram suas quatro cobranças, com Alan Shearer, David Platt, Stuart Pearce e Paul Gascoigne, enquanto os espanhóis viram Fernando Hierro, primeiro, e Miguel Nadal, por último, desperdiçarem seus chutes.

Na fase seguinte, a exemplo do que já havia ocorrido na Copa do Mundo de 1990, quem riu por último foi a (agora unificada) Alemanha. Depois de o 1×1 persistir durante 120 minutos, os germânicos triunfaram por 6×5. Os ingleses repetiram a ordem dos últimos cobradores, incluindo Teddy Sheringham e Gareth Southgate, que errou a última bola.

Nas oitavas de final da Copa do Mundo de 1998, os britânicos voltaram a definir a vaga através das penalidades máximas. Melhor para a Argentina, que depois da igualdade por 2×2 saiu vitoriosa por 4×3. Se do lado sul-americano Crespo perdeu a cobrança, do lado europeu Paul Ince e David Batty fizeram o mesmo, decretando a eliminação de seu país.

O cenário foi igual nas quartas de final tanto da Euro de 2004 quanto da Copa do Mundo de 2006, ambas diante de Portugal. Na primeira oportunidade, revés por 6×5, com erros de Beckham e Darius Vassell. Na segunda, queda por 3×1. O único a estufar as redes foi Owen Hargreaves, em uma lista que tinha Lampard, Gerrard e Carragher.

Inglaterra x Itália Euro 2012
Ingleses lamentam queda para a Itália em 2012 (Foto: Reprodução/UEFA)

Por fim, outra derrota nas quartas de final, desta vez para a Itália, na Euro de 2012, por 4×2, em que Gerrard e Rooney marcaram, mas Ashley Young e Ashley Cole, não.

E se você pensa que o histórico negativo se restringe à seleção principal, a equipe sub-21 perdeu duas disputas e venceu uma em torneios continentais, ao passo que o time feminino saiu derrotado uma vez na Euro e outra na Copa do Mundo.

Somando as três categorias, a Three Lions caiu em 12 das 14 batalhas enfrentadas diante da meta adversária. Um recorde pra lá de desfavorável. Em tempo: assim como a Inglaterra, a Itália também perdeu seis disputas de pênaltis com a seleção principal, mas por outro lado ganhou três, gozando assim de melhor aproveitamento no quesito aludido.

Confira abaixo os resultados da Inglaterra em disputa de pênaltis:

 

Seleção masculina

Inglaterra 3×4 Alemanha Ocidental (Copa do Mundo 1990 – semifinal)

Inglaterra 4×2 Espanha (Euro 1996 – quartas de final)

Inglaterra 5×6 Alemanha (Euro 1996- semifinal)

Inglaterra 3×4 Argentina (Copa do Mundo 1998 – oitavas de final)

Inglaterra 5×6 Portugal (Euro 2004 – quartas de final)

Inglaterra 1×3 Portugal (Copa do Mundo 2006 – quartas de final)

Inglaterra 2×4 Itália (Euro 2012 – quartas de final)

 

Sub-21 

Inglaterra 12×13 Holanda (Euro 2007 – semifinal)

Inglaterra 5×4 Suécia (Euro 2009 – semifinal)

Inglaterra 3×4 Alemanha (Euro 2017 – semifinal)

 

Seleção feminina

Inglaterra 3×4 Suécia (Euro 1984 – final)

Inglaterra 3×4 França (Copa do Mundo 2011 – quartas de final)

 

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.