2017 foi diferente para a Inglaterra. Esqueça tudo aquilo falado, que até virou clichê – não sem razão – de que a seleção de futebol nunca ganha nada, que pipoca na hora decisiva, que não tem talentos. Que, que, que… Não nas categorias de base. Principalmente em Mundiais. No último Sub-17, que terminou no sábado passado (28), os ingleses ficaram com o título em uma final gloriosa. E histórica.
O placar de 5 a 2 sobre a ótima seleção espanhola confirmava a expectativa em torno desta geração. Jogadores talentosos, sistema ofensivo, domínio dos adversários, elenco sem falhas gritantes. Enfim, um campeão merecido.
A conquista serviu para fechar um ano glorioso. Pela segunda vez na história, uma seleção acumulou os títulos do Mundial Sub-17 e Sub-20. Antes, só o Brasil, em 2003, atingiu tal status. E as glórias não pararam por aí. Entre o sub-17 e sub-20, mais vitórias: Torneio de Toulon e a Euro Sub-19.
Não pararam por aí as grandes campanhas. No Europeu Sub-17, vice-campeonato, com derrotas na final para a Espanha nos pênaltis. Já no Europeu Sub-21, a eliminação veio nas semifinais para a campeã Alemanha.
Um trabalho feito há anos na base que visa aumentar o nível do futebol inglês. Há pontos a serem solucionados no futuro, como a falta de oportunidades de jovens atletas em seus respectivos clubes. Mas nada que diminua a confiança em um título tão sonhado daqui uns anos: a Copa do Mundo depois de tanto tempo.
A qualidade de Jadon Sancho, talvez o melhor do mundo no sub-17, junto com Vinícius Júnior, Phil Foden, Angel Gomes, Callum Hudson-Odoi, Oakley-Boothe, George McEachran, Rian Brewster, entre outros, ficou evidente no Mundial.
No torneio de maior número de gols da história (183) e festa impressionante dos indianos, donos da casa, a melhor geração recente do futebol mundial deu as caras.
E não foi só a Inglaterra que encantou. A Espanha, vice-campeã, apresentou mais uma geração talentosa. Com cinco jogadores do Barcelona, inclusive os badalados Abel Ruiz e Sergio Gomez.
O Brasil, com sua geração promissora – a melhor dos últimos anos -, também foi bem. Com destaques individuais, muitos devem seguir para a seleção principal em alguns anos. Paulinho, Marcos Antônio, Lincoln, Vitão e Brazão se sobressaíram.
Em meio a tantos talentos, os ousados de Mali não poderiam faltar. Eliminados apenas pela Espanha, apresentaram novamente grande futebol. Assim como os norte-americanos, ganeses e a seleção francesa. Apesar de caírem precocemente, apresentaram talentos de nível alto. Tim Weah, Josh Sargent, Gouiri, Adli, Geubells e Ayiah.
Talentos solitários tão deram as caras. Como foi o atacante Mohammed Dawood, do Iraque, que levou a seleção até as quartas de final.
Entre tantos atletas, o Alambrado montou a seleção com os principais destaques do torneio. Confira aqui!
Formação em um 4-3-3
Goleiro
Gabriel Brazão – 05/10/2000 – Cruzeiro – Brasil
Muito tranquilo e técnico, mostrou qualidade desde o início da competição. Goleiro da geração, tem potencial para ser seleção principal. Poucos empolgaram como ele. Toma poucos gols.
Lateral-direito
Steven Sessegno n- 18/05/2000 – Fulham – Inglaterra
Com poder ofensivo e força, Sessegnon sobra na posição. Irmão gêmeo de Ryan, é opção segura para o Fulham agora e para a seleção inglesa em não muito tempo. Além de tudo, marca e toca bem.
Zagueiros
Joel Latibeaudiere – 06/01/2000 – Manchester City – Inglaterra
Muito técnico e seguro, o capitão da Inglaterra é apontado como grande zagueiro para o City. Destaque desde o início das disputas desta geração, tem na saída de bola e na velocidade suas principais qualidades.
Vitão – 02/02/2000 – Palmeiras – Brasil
Melhor zagueiro do Brasil, Vitão é a grande promessa do país na posição. Forte, alto e rápido, não apresenta muitos problemas. Líder, é jogador para atuar por bastante tempo na seleção principal. Ótimo zagueiro.
Lateral-esquerdo
Juan Miranda – 19/01/2000 – Barcelona – Espanha
Muito bem no ataque e com força na defesa, Miranda foi o lateral-esquerdo de mais tranquilidade ao defender e atacar. Quase uma peça silenciosa que a Espanha tinha e não podia perder. Já é apontado como lateral do Barcelona principal em alguns anos.
Meio-campistas
Marcos Antônio – 13/06/2000 – Atlético-PR – Brasil
Volante rápido, dinâmico, de bom passe e muita chegada à área, Marcos Antônio parece ser o meio-campista perfeito para a atualidade. Foi o melhor atleta brasileiro na competição. Se bem trabalhado, é jogador para protagonismo europeu.
George McEachran – 30/08/2000 – Chelsea – Inglaterra
Dono do meio-campo defensivo inglês, McEachran tem todos os fundamentos para ser uma espécie de Pirlo. Capaz de construir desde o campo defensivo, tem no passe e finalização suas principais virtudes.
Phil Foden – 28/05/2000 – Manchester City – Inglaterra
Com dois gols na final e uma atuação digna de aplausos, o elogiado meia do Manchester City, que inclusive tem Guardiola como um dos seus fãs, tem uma espécie de bola grudada aos pés. Dribla, finaliza, corre e carrega. É o cérebro da geração.
Atacantes
Sergio Gómez – 04/09/2000 – Barcelona – Espanha
O jogador mais técnico e criativo da Espanha também mostrou se rum dos mais decisivos. Estava difícil a situação? Bola para ele. E garantia de, ao menos, boas finalizações. Na esquerda, arma e cria a todo momento.
Abel Ruiz – 28/01/2000 – Barcelona – Espanha
Centroavante que sai da área e dá assistências, Ruiz é bem diferente de um 9 padrão. Fez grande Mundial, como esperado, e mostrou que pode ser o próximo atacante titular do Barcelona. Talento não falta. Muito menos disposição para fazer isso.
Rhian Brewster – 01/04/2000 – Liverpool – Inglaterra
Craque e artilheiro da competição, com oito gols, Brewster mostrou qualidades importantes para um 9: finalização, presença na área e poder decisivo. Marcou gol de diversas maneiras.
Seleção reserva (formada em 4-3-3)
Fernández (Espanha); Wesley (Brasil), Guillámon (Espanha), Bisseck (Alemanha), Bard (França); Moha (Espanha), Adli (França), Elias Abouchabaka (Alemanha); Odoi (Inglaterra), Salam (Mali) e Gouiri (França).