Há mais ou menos duas décadas, o Campeonato Grego tem começado sempre com uma pergunta: Alguém será capaz de parar o Olympiacos? A questão não vem à toa, já que desde a temporada 1996-97 o clube de Piraeus conquistou 19 dos 21 títulos disputados da liga, incluindo um heptacampeonato consecutivo.
Mas a edição atual da competição começou com um time querendo quebrar duas escritas. Além de tentar interromper a sequência incrível de um dos seus maiores rivais, o AEK iniciou a disputa com a ideia de acabar com seu próprio jejum de títulos da Superliga Grega, que já dura 23 anos.
A jornada teve um começo animador. Já foram disputadas cinco rodadas do campeonato e o AEK lidera isolado, com 13 pontos conquistados. Mais importante que isso, o time de Atenas já abriu logo no início uma importante vantagem de cinco pontos para o Olympiacos.
A margem foi obtida graças a uma virada surpreendente contra o rival no último domingo. Depois de ver o Olympiacos abrir 2×0 no placar, o AEK reagiu e virou o placar com três gols nos últimos minutos. Um resultado que vale até mais como fator motivacional do que apenas pelos três pontos no confronto direto.
Se mantiver o bom desempenho até o fim da competição e confirmar o título, a equipe aurinegra da capital grega irá atestar seu ressurgimento na elite do futebol do país após um período intenso de crise.
Em 2013, vivendo um péssimo momento financeiro e dentro de campo, o AEK foi punido com a perda de três pontos por conta de uma invasão de campo de sua própria torcida em um jogo contra o Panthrakikos. A punição foi decisiva para selar o primeiro rebaixamento da história do clube.
Mas o buraco era ainda mais fundo. Um conselho interno decidiu que o clube iria se auto-relegar para a terceira divisão, participando como um time amador, para cortar os gastos abusivos do futebol profissional.
Partindo daí, a “Águia de Duas Cabeças” conquistou dois acessos consecutivos, retornando para a elite na temporada 2015-16. E a austeridade financeira foi mantida desde então: O AEK tenta o título com um time sem grandes estrelas.
Mesmo sem Thomas Pekhart e Hugo Almeida, destaques do time na temporada passada, a equipe mantém o padrão com outros nomes, como o meia Christodopoulos. Uma parceria com o Las Palmas trouxe por empréstimo dois reforços importantes, nas figuras do atacante argentino Sergio Araujo e o croata Marko Livaja.
O meia Patito Rodriguez, que passou sem muito destaque pelo Santos, volta de lesão e também é considerado uma das armas do time na luta pelo título tão esperado pela torcida do AEK, que começa a ter motivos para encher cada vez mais o estádio Olímpico de Atenas. Será que acaba a seca?