Campeões estaduais que largaram o futebol profissional – Parte II

Campeões estaduais que largaram o futebol profissional – Parte II

Conheça outros clubes que dominaram seus estados mas acabaram deixando as glórias no passado

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Há quem os deteste, achando que representam apenas um assistencialismo às federações e um empecilho no calendário do futebol brasileiro. Há quem os defenda, lembrando que em muitos lugares são a única opção de torneio possível dentro da estrutura atual do nosso futebol. Mas há uma coisa que ninguém pode negar: os campeonatos estaduais são uma fonte inesgotável de tradição e boas histórias.

Afinal, a primeira competição oficial disputada no Brasil foi o Campeonato Paulista de 1902, quando o futebol não era nada além de um passatempo para jovens de alta classe. Em mais de 100 anos a história traz diversos casos de clubes que conseguiram sagrar-se campeões em seu estado, mas que por inúmeras razões não possuem atualmente um departamento profissional.

São quase 80 agremiações extintas, além de outras dezenas que não aderiram ao profissionalismo ou optaram por fechar o time principal e trabalhar apenas com as categorias de base. Na primeira parte do especial vimos a história de alguns clubes. Confira agora a segunda parte:

Paissandu – RJ

O Campeonato Carioca é um dos estaduais mais tradicionais do Brasil e tem um rol de campeões bastante seleto. Apenas oito equipes conquistaram o título, e uma delas é o extinto Paissandu Atlético Clube, que foi fundado em 1872 e encerrou suas atividades oficiais no futebol em 1914. Apesar do pouco tempo no esporte, o Paissandu conseguiu levantar a taça em 1912, ano em que dividiu o título com o Botafogo. Atualmente, a agremiação mantém suas atividades sociais.

Cabo Branco – PB

Na Paraíba, Botafogo, Campinense e Treze costumam se revezar na dominância há algumas décadas. Mas o panorama era bastante diferente até a década de 1930, quando quem mandava no estado era o Esporte Clube Cabo Branco, que tinha sua sede na capital, João Pessoa.

O Cabo Branco foi um dos fundadores da Liga Desportiva Parahybana, e aproveitou bem a época em que foi hegemônico. Foram 10 títulos celebrados, sendo o último deles no ano de 1934. Mas os altos gastos com o futebol profissional fizeram com que a diretoria do clube resolvesse encerrar as atividades desse departamento, deixando apenas as lembranças do passado glorioso e continuando com o futebol amador e escolinhas.

Maguari-CE 

O Maguari durante seus anos dourados (Foto: Reprodução)
O Maguari durante seus anos dourados (Foto: Reprodução)

O Sport Club Maguari foi um dos primeiros clubes a desafiar o domínio de Fortaleza e Ceará no estado. Fundado pela abastada família Barbosa Freitas, o Maguari era bastante identificado com a elite cearense, recebendo inclusive o apelido de “Clube dos Príncipes”. No entanto, o sucesso nos torneios locais atraiu a simpatia de torcedores de todas as classes.

Foram quatro títulos estaduais, em 1929, 1936, 1943 e 1944. Este último bicampeonato colocou a equipe como uma das favoritas ao título também no ano seguinte, ainda mais com o grande investimento proveniente da família Barbosa Freitas. Mas a perda da taça para o Ferroviário e os altos gastos acabaram sendo fatais para a saúde financeira do futebol profissional. O clube continuaria com outras atividades até 1975, quando fechou as portas de vez e vendeu o terreno de sua sede.

Fluminense – BA

O Fluminense de Feira de Santana não é o único clube do estado da Bahia a homenagear o tricolor carioca. Em uma época em que o futebol ainda engatinhava no Brasil, o Fluminense Futebol Clube, de Salvador, conseguiu destaque considerável. Além de dois títulos estaduais (1913 e 1915), o time foi vice-campeão baiano em seis oportunidades, a última delas em 1930.

Luso Brasileiro – MA

O primeiro rei do futebol maranhense foi o Sport Club Luso Brasileiro, de São Luis. O clube foi fundado em 1916 por comerciantes português, e já mostrou sua força desde as primeiras edições do campeonato local. Faturou um bicampeonato nos primeiros anos em que o torneio foi organizado (1918 e 1919), além de outros seis estaduais consecutivos entre 1922 e 1927.

Apesar dos anos de glória, o clube passou por uma grave crise interna na época da queda da bolsa americana em 1929. O impacto financeiro foi tão profundo que o Luso Brasileiro teve que ser extinto naquele mesmo ano.

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