“Acabou o caô, o Zeman chegou.” Talvez não tenha sido essa a reação dos torcedores do Pescara neste domingo (19), até porque a maioria não deve falar português nem conhecer as expressões mencionadas. O sentimento deles, entretanto, certamente foi de alívio.
Recém-promovido à elite nacional sob o comando do jovem Massimo Oddo, o clube alviceleste divulgou na semana passada o retorno de Zdeněk Zeman ao futebol italiano para tentar melhorar sua situação: lanterna do Calcio com 12 pontos em 25 jogos.
Apesar do pouco tempo juntos, a equipe já colhe frutos da vocação ofensiva do treinador tcheco. A goleada caseira sobre o Genoa (5×0) foi a primeira vitória em quase 6 meses – a última fora o 3 a 0 como visitante para cima do Sassuolo, em 28 de agosto.
Mas com um detalhe: o Sassuolo havia triunfado na bola por 2 a 1, mas acabou punido pela utilização irregular do atacante Antonino Ragusa, que não estava autorizado a jogar.
De lá para cá, o Pescara somou 17 derrotas e empatou cinco vezes, além de ter a pior defesa, com 55 gols sofridos, e um dos piores ataques, com 27 tentos. Está a 10 pontos do Empoli (22), primeiro clube fora da degola, e atrás de Palermo (14) e Crotone (13).
Para Zeman, há muitas dificuldades, mas ele vê o grupo no caminho certo. “Hoje não podemos falar de salvação, mas é um desempenho que nos dá o incentivo para fazer o melhor possível. Não acho que acabou, mesmo que tenhamos de melhorar a condição física. Em dois dias, pouco pude fazer, mas foi uma boa vitória e espero que haja a vontade de continuar a trabalhar”, disse em entrevista após o embate.
Antes da chegada dele, poucos poderiam imaginar uma atuação tão bela. O treinador também deu espaço ao promissor Alberto Cerri, de 20 anos, que está emprestado desde janeiro pela Juventus e havia ido a campo somente quatro vezes. O jovem atacante fez o último tento da goleada e deve ganhar ainda mais confiança para os próximos encontros.
Vale destacar que o resultado positivo no Estádio Adriático não sinaliza o começo de uma arrancada heroica pela manutenção na Série A. Bater o Genoa, que está há dois meses sem vencer, também não configura exatamente um grande mérito. Mas rompe um longo jejum e traz um pouco de dignidade para quem sofreu 11 gols nos últimos dois jogos.