Com a provável saída dos clubes mexicanos dos próximos eventos organizados pela Conmebol, segundo declarações recentes de dirigentes do país azteca, o Alambrado recorda um momento singular na curta passagem dos vizinhos do norte em nossos torneios: a conquista até hoje inédita do Pachuca na Copa Sul-Americana, em 2006.
A informação de que os referidos clubes não mais disputarão a Copa Libertadores foi dada pelos presidentes do próprio Pachuca, Jesús Martínez Patiño, e do Tigres, Alejandro Rodríguez, em virtude da ampliação do calendário realizada pela Conmebol. O anúncio deve ser oficializado até o fim desta semana pelo presidente da Liga MX, Enrique Bonilla.
Desde a primeira participação do país na Libertadores, em 1998, apenas três representantes chegaram até a fase final. Na primeira delas, em 2001, o Cruz Azul perdeu o título para o Boca Juniors. Em 2010, o Chivas Guadalajara foi vice-campeão contra o Internacional. Mais recentemente, em 2015, o Tigres caiu diante do River Plate.
Na Sul-Americana, para a qual os mexicanos foram convidados entre 2005 e 2008, os números se repetem, porém com um já mencionado caso de sucesso. No ano de estreia, o Pumas foi superado pelo Boca Juniors. Em 2006, o Pachuca conseguiu vencer o Colo-Colo. Na temporada seguinte, o América perdeu para o Arsenal de Sarandí.
Com o triunfo dos Tuzos sobre os chilenos, o Pachuca tornou-se o primeiro e único clube no mundo a conquistar um troféu fora de sua confederação, a CONCACAF. Tetracampeão nacional meses antes sob o comando de José Luis Trejo, os hidalguenses mudaram técnico às vésperas da Sul-Americana, anunciando a chegada de Enrique Meza.
No começo da nova etapa, cinco derrotas consecutivas abalaram a confiança do torcedor, mas não de diretoria, que apostou em Meza e colheu bons frutos. Nas oitavas de final, vitória sobre o Tolima por 6 a 3 no placar agregado. Na sequência, eliminou o Lanús (5 a 2 no global), algoz do Corinthians, e o Atlético-PR (5 a 1 no global), algoz do River Plate.
Adversário na grande final, o Colo-Colo havia saído recentemente da falência e também se classificado na condição de campeão nacional. No caminho para a decisão, bateu Alajuelense, da Costa Rica, Gimnasia La Plata e Toluca, impedindo assim uma final entre dois conterrâneos. Os homens de Claudio Borghi eram oponentes bastante qualificados.
Nas fileiras chilenas, havia jogadores como Sebastián Cejas, Arturo Vidal, Gonzalo Fierro, Humberto Suazo e Alexis Sanchéz. Do outro lado, atletas que vinham mostrando bom desempenho como Miguel Calero, Paul Aguilar, Christian Giménez e Juan Carlos Cacho.
No jogo de ida, no Estádio Hidalgo, em Pachuca, arbitrado pelo uruguaio Roberto Silvera empate por 1 a 1. Os donos da casa abriram o placar com Andrés Chivita, no primeiro tempo, e Humberto Suazo deixou tudo igual no início da etapa complementar.
Na volta, no Estádio Nacional, em Santiago, um emocionante duelo apitado pelo argentino Héctor Baldassi. Aos 35 minutos, Suazo inaugurou o marcador para os locais. Porém, Gabriel Caballero e Giménez surpreenderam e viraram o jogo no final. Depois, houve uma expulsão para cada lado, o que não afetou o resultado: Pachuca no topo do continente.
As boas apresentações continuaram e renderam ao clube hidalguense o título nacional do ano seguinte e outra glória continental: a Copa dos Campeões da CONCACAF. Na Recopa Sul-Americana de 2007, derrota para o Internacional, por 5 a 2 no placar agregado.
Desde então, nunca outro mexicano venceu um torneio da Conmebol. E pelo andar da carruagem, parece que somente o Pachuca ostentará essa glória em seu país.