Zagueiros campeões mundiais que fizeram história em times rivais

Zagueiros campeões mundiais que fizeram história em times rivais

Alambrado lista jogadores que deixaram diferenças de lado para defender a seleção nacional

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Não existe (existe sim) coisa mais normal do que rivais se juntando para vencer uma Copa do Mundo. Pensando nisso, o Alambrado quis saber quais duplas (ou trios) de zaga foram formados por rivais de clube e deixaram possíveis picuinhas de lado para levantar o caneco mais importante do futebol mundial.

1930 – Primeiro campeão mundial, Uruguai leva a taça com dois rivais na zaga

Primeiro capitão campeão mundial e considerado o melhor zagueiro da história do Uruguai, José Nasazzi representa a geração celeste mais vencedora – ganhou quatro Copas Américas, duas Olimpíadas e uma Copa do Mundo, em 1930.

El Mariscal (O Marechal), como era apelidado, jogou no Nacional de 1933 a 1937, período durante o qual conquistou dois títulos nacionais. O primeiro veio em 1933, quando fez uma grande parceria com Domingos da Guia. Depois, faturou o bi em 1934.

Já a fama de Ernesto Mascheroni, por outro lado, era bem menor. Contudo, assim como seu companheiro de zaga na seleção, era conhecido pelo característico estilo aguerrido. Foi o último uruguaio da final da Copa de 1930 a morrer, em julho de 1984, aos 76 anos.

Mascheroni atuou nada menos do que no maior rival do Nacional, o Peñarol, de 1930 a 1933 e de 1936 a 1940. O clássico divide o Uruguai em duas partes e tem 115 anos de história. A dupla campeã mundial o disputou até 1936, quando Nasazzi se aposentou.

1986 – Maradona brilha e Argentina ganha a Copa do Mundo com rivais de Boca e River na retaguarda

Reserva, Cucciufo ganhou uma chance na seleção campeã devido a uma lesão de Daniel Passarella. Brown foi deslocado para a ala direita enquanto ele e Ruggeri formavam a dupla de zaga. Deu no que deu. Depois da Copa, Cucciufo saiu do Vélez Sarsfield para o Boca Juniors e ganhou duas Recopas na época mais sombria do clube xeneize. Morreu em 2004, aos 43 anos, vítima de um tiro de espingarda acidental, dado por ele mesmo.

Oscar Ruggeri fez história em outro time da capital argentina: o River Plate. Ganhou a Libertadores, o Mundial Interclubes e o Campeonato Argentino de 1986. Atuou também em outros clubes da capital, o Boca e o San Lorenzo, e foi querido por onde passou.

El Cabezón é recordista de jogos na Copa América, 21 ao todo. Com a Argentina venceu dois desses torneios, em 1991 e 1993, e a Copa das Confederações de 1992. Ruggeri é conhecido também por ser explosivo. No vídeo abaixo, você confere essa qualidade.

1990 – Do lado de fora, Beckenbauer comanda a Alemanha tricampeã

Não poderia haver comemoração melhor para a Alemanha, que havia acabado de unificar os dois lados em um só, do que vencer uma Copa do Mundo. Técnico da seleção, Franz Beckenbauer ajustou todas as peças defensivas que tinha e armou um 3-5-2 com três zagueiros medianos, um super volante (Lotthar Matthaus), um meio criativo e um ataque avassalador (Völler e Klinsmann).

Líbero e zagueiro central, Klaus Augenthaler conquistou 14 títulos em 15 anos de Bayern de Munique. Não fez nenhum gol nos 27 jogos em que defendeu a seleção, mas se consagrou em 1990, ao lado de Buchwald e Kohler. Este, aliás, companheiro de Bayern.

No entanto, Kohler ficaria marcado por sua passagem pelo Borussia Dortmund. De 1995 a 2002 foram muitos títulos, os mais importantes a Liga dos Campeões da UEFA e o Mundial Interclubes em cima do Cruzeiro.

2010 – Puyol, Piqué e Sergio Ramos: o clássico de Madri dá uma trégua pelo primeiro e único caneco da Espanha em Mundiais

Tudo bem. Sei o que você pensou a ler o título. “Mas o Sergio Ramos não era lateral?” A resposta é sim. Piqué e Puyol reinavam soberanos na zaga, ainda mais com o momento vivido pelo Barcelona, que papava todos os títulos possíveis desde 2008. Mas vejam bem. A melhor geração espanhola tem que ser ilustrada porque deixou as diferenças de lado para ser campeã pela primeira vez. E olha que são muitas diferenças.

Sergio Ramos nem parece que foi formado em Sevilha. Foram apenas 3 temporadas antes de se mudar para Madri, onde completa 10 anos de time e encaminha uma renovação de 5 anos de contrato. Atualmente zagueiro, começou como lateral direito, sua posição na Copa de 2010. Fechou o lado direito tendo o maior veterano do elenco ao seu lado.

Já Puyol jogou em todos os Barcelonas possíveis, escolhe só o Barcelona no FIFA e veste apenas grená. Brincadeiras à parte, atuou em quase 600 partidas pelo clube, algumas no meio-campo e outras nas laterais, mas a maioria como zagueiro pelo lado direito.

A dupla com Piqué fez tanto sucesso que os dois a reeditavam na seleção campeã do mundo e bi da Eurocopa. Marcou o gol que levou a seleção espanhola à final do Copa de 2010, na semifinal contra a Alemanha. A impulsão dele é impressionante.

Gerard Piqué é mais um jogador formado no Barça que o clube teve que recontratar, no caso, junto ao Manchester United. Campeão do mundo as 24 anos, Piqué se destaca pela força física e pela agilidade. E claro, por ser casado com a Shakira.

2014 – Boateng e Hummels: dupla se completa e faz a Alemanha tetra

zagueiro
Hummels, com Boateng ao fundo, tenta marcar Agüero na final da Copa (Foto: Reprodução)

Bayern e Borussia fizeram duelos históricos nos últimos anos, o melhor deles, uma final de Liga dos Campeões em 2013, na qual os bávaros levaram a melhor. Hummels vestiu amarelo, enquanto Boateng usou a camisa vermelha. Os dois abandonaram qualquer diferença que poderia haver e trocaram essas cores pelo branco da Alemanha. Deu certo.

De origem ganesa, Jérôme Boateng é versátil e rápido – já atuou na lateral direita, mas agora só joga por ali de improviso. Aprendeu rapidamente a atuar na zaga e tomou conta da posição no Bayern logo que chegou, em 2011. O ponto alto da carreira no clube bávaro foi o título da Liga dos Campeões de 2013.

Título esse conquistado em cima do Borussia Dortmund, de Hummels. O xerifão do tetra alemão passou 4 anos no rival Bayern, mas foi negociado por apenas 4 milhões de euros. Agora vale quase 10 vezes mais. Ao contrário de Boateng, Hummels não se destaca pela velocidade, mas pelas roubadas de bola e posicionamento, além do cabeceio mortal. Marcou 2 gols na última Copa do Mundo, o mais importante deles nas quartas de final contra a França, tento que deu a vitória no jogo apertado.

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