“Will” e a dramatização do fanatismo pelo futebol

    “Will” e a dramatização do fanatismo pelo futebol

    Filme conta a história de um garoto disposto a tudo para ver o Liverpool de perto

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    Will encontra com seu ídolo Steven Gerrard em cena do filme (Foto: Reprodução)
    Will encontra com seu ídolo Steven Gerrard em cena do filme (Foto: Reprodução)

    Existe alguma forma de transformar a épica final da Liga dos Campeões de 2005 em algo ainda mais dramático? A missão parece difícil, mas acredite, alguém se propôs a levar a ideia pra frente nas telonas.

    Lançado em 2011, o filme “Will” conta a história fictícia de Will Brennan, um garoto de 11 anos fanático pelo Liverpool que embarca em longa jornada da Inglaterra até a Turquia para acompanhar a histórica decisão entre seu clube e o Milan.

    Dirigido pela pouca conhecida diretora Ellen Perry, a obra pode chegar ao ponto de incomodar pelo excesso de dramaticidade, com o jovem protagonista passando por uma série de provações em seu caminho.

    Ele inicia a história órfão de mãe, e é deixado em um orfanato pelo pai, traumatizado pela morte da esposa. Depois de um bom tempo sem contato, os dois se reencontram quando o pai do menino aparece com dois ingressos para o tão esperado duelo. Só que ele sofre com uma doença terminal, e acaba morrendo antes de levar o menino ao jogo.

    Will continua em busca de seu sonho e viaja clandestinamente em um caminhão rumo a Paris, onde começa uma parceria com o ex-jogador bósnio Alek (outro personagem fictício).

    No caminho, a dupla conta com a ajuda de Kenny Dalglish, maior ídolo da história dos Reds, e fecham o “road movie” com a torcida emocionada pela virada improvável contra o estrelado time milanês, embalando o famoso “You’ll Never Walk Alone”

    Quem espera uma narrativa realista ou criativa pode passar longe de “Will”. O filme conta com uma série de clichês dos tradicionais filmes de superação, e desde o início é possível prever o desenrolar da história, mesmo para quem não acompanha futebol ou não saiba o que aconteceu naquele 3×3 em Istambul.

    Mas para quem consegue, de alguma forma, se identificar com o fanatismo por um time de futebol e o uso do esporte como uma válvula de escape para os problemas pessoais, a produção é simpática e tem seus bons momentos.

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    Jornalista, 23 anos. Amante do futebol bonito e praticante do futebol feio