Talentos escondidos da Copa de 2018: Sardar Azmoun

Talentos escondidos da Copa de 2018: Sardar Azmoun

Chamado de "Messi iraniano", Azmoun pode ser uma das joias escondidas no Mundial da Rússia

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O Alambrado inicia hoje uma série de textos destacando jogadores que estão longe dos holofotes do futebol mundial, atuando em clubes de menor expressão ou em ligas que não costumam receber muita atenção, mas que tem a chance de despontar durante a disputa da Copa do Mundo de 2018. Conheça os talentos escondidos da Copa de 2018.

Alto e extremamente técnico, Azmoun é a estrela do Irã na Copa (Foto: Reprodução)
Alto e extremamente técnico, Azmoun é a estrela do Irã na Copa (Foto: Reprodução)

A carreira do jovem Sardar Azmoun no futebol poderia ter acabado cedo. Pra ser mais exato, ela podia ter terminado antes mesmo de começar. Aos 10 anos, quando já vinha sendo convocado para a seleção iraniana sub-12, o garoto percebeu que já era muito alto comparado aos seus amigos da mesma idade. Um bom indicativo para que focasse seus esforços no vôlei, esporte que corria no sangue da família: Seu pai, Khalil Azmoun, defendeu o time nacional do Irã por anos.

Sardar parecia ter realmente um talento natural para o vôlei, mas depois de um ano na modalidade, viu que seu coração realmente batia mais forte pelo futebol. Apoiado pela família, ele voltou a calçar as chuteira por clubes locais de sua cidade natal até 2010, quando chegou em um dos maiores clubes do Irã, o Sepahan.

A essa altura Azmoun tinha apenas 15 anos, e permaneceria jogando pelas categorias de base do Sepahan por mais duas temporadas, atuando pelo time profissional apenas em jogos amistosos de pré-temporada. Mas aí chegou o ano de 2012, e o atacante teria pela primeira vez seu destino ligado à Rússia.

Nos Jogos da Comunidade de Estados Independentes (CEI) daquele ano, disputados por equipes sub-21 de países que compunham a antiga União Soviética (e convidados), Azmoun liderou a seleção iraniana até as quartas de final, marcando sete gols em cinco partidas.

O porte físico do artilheiro chamava atenção, já que poucas jogadores de 17 anos mediam 1,86 metro. Mas a altura não era tudo: Azmoun já dava arrancadas impressionantes e mostrava muita habilidade para conduzir a bola, algo pouco comum para jogadores mais altos. Com tanta habilidade, um apelido logo surgiu: “Messi iraniano”.

Sim, obviamente a alcunha era exagerada. O jovem goleador nunca teve muita semelhança com o gênio argentino em seu estilo de jogo fora as habilidades descritas, mas é possível entender a surpresa ao ver alguém fora dos grandes centros da bola se destacando dessa forma. Esse brilho foi reconhecido pelo Rubin Kazan, que o contratou em 2013. Mais uma vez, Azmoun se conectava à Rússia.

Ele só estrearia pelo time na temporada seguinte, anotando quatro gols no Campeonato  Russo. Depois de receber poucas oportunidades, foi emprestado ao FC Rostov, onde sua carreira decolou de vez: Mais maduro, Azmoun caiu como uma luva no time e já chegou marcando gols, sendo um deles o que salvou o clube do descenso em 2015.

Na temporada seguinte, ele se manteve em alta, marcando nove gols e ajudando o Rostov a subir de patamar na Rússia. A essa altura, Azmoun passou a ser cobiçado por grandes times da Europa, principalmente na Inglaterra, onde chamou a atenção de Liverpool, Arsenal e Everton.

Apesar disso ele se manteve no futebol russo, e acabou voltando para o Rubin Kazan em 2017, seguindo seu estilo impressionante que mescla força com habilidade. Pela seleção principal do Irã, não demorou para que Azmoun fosse comparado com o maior ídolo do futebol local, o atacante Ali Daei, maior artilheiro da história da seleção.

Em 1998, Daei chegou na Copa do Mundo da França como um dos maiores goleadores do futebol internacional, chegando até a ser chamado para um jogo festivo pela “Seleção do Resto do Mundo”. Em Copas, no entanto, o atacante pouco fez, passando zerado nos Mundiais de 1998 e 2006.

Vinte anos depois, Azmoun tenta separar seu caminho daquele trilhado pelo ídolo, ao menos no que se refere ao desempenho em Copas. Com impressionantes 23 gols em 31 jogos pela seleção iraniana, é a referência no ataque do time e será essencial para que o Irã consiga fazer bonito no grupo B, com Portugal, Espanha e Marrocos.

É claro que com apenas 23 anos ele ainda pode ter outras Copas pela frente, mas além da habilidade e da força no jogo aéreo, Azmoun pode contar com seu destino fortemente ligado à Rússia, a terra do Mundial. Quem sabe, jogar o suficiente para atrair os olhares de gigantes. Nada mal para um futuro jogador de vôlei.

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