Uma das tarefas mais complicadas para aqueles que decidem escrever sobre o futebol brasileiro é elaborar uma lista de jogadores, sejam quais forem os critérios. Haverá sempre uma ausência sentida, um nome esquecido, uma estrela injustiçada – não por maldade. Apesar de todas as pedras que se interpõem no caminho deste tipo de produção, ainda é possível realizar trabalhos qualificados e honestos.
É o caso de “Gigantes do futebol brasileiro” (Civilização Brasileira, 2011), escrito a quatro mãos, pelos jornalistas João Máximo e Marcos de Castro. Trata-se de uma obra que retrata 21 craques, desde Arthur Friedenreich, “El Tigre”, até Ronaldo Luís Nazário de Lima, o “Fenômeno”, incluindo pelas 464 páginas jogadores como Heleno, Gérson e Falcão, além de vários outros nomes importantes.
Com prefácio de Luis Fernando Veríssimo e a introdução original de Paulo Mendes Campos mantida, o livro é constituído por uma narrativa leve com detalhes e informações que a deixam ainda mais interessante, porém sem torná-la exaustiva. Outro destaque considerável é o grau de delicadeza dos perfis, que permite o leitor se identificar, de certo modo, com os protagonistas.
Ademais, os textos apresentam algumas particularidades do futebol de cada época, seja na bicicleta de Leônidas, seja nas diabruras de Garrincha. Tudo isso sem perder de vista a condição humana dos jogadores, que também cometem erros e têm medos, mas se engrandecem a um nível divino quando calçam as chuteiras e entram em campo.
Enfim, esta obra aprimorada é elementar por manter contato frequente com nossas raízes e destacar singulares histórias a respeito dos heróis do futebol nacional. Em outras palavras, uma referência para aprendermos um pouco mais sobre nós mesmos, por meio dos passes precisos e da ginga incomparável daqueles que marcaram história.
