Do surgimento, ao recorde mundial e à falência: o brilho fugaz do...

Do surgimento, ao recorde mundial e à falência: o brilho fugaz do Skonto

Em 2004, clube da Letônia estabeleceu a maior série de títulos nacionais consecutivos; Hoje, já foi superado

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A comemoração do último título, em 2010 (Foto: Reprodução)
A comemoração do último título da liga, em 2010, seis anos antes da bancarrota (Foto: Reprodução)

O nome deste clube é desconhecido pelo grande público, e talvez até mesmo por parte significativa dos fãs do lado alternativo do esporte bretão, mas ele traz consigo façanhas históricas a nível mundial. Trata-se do Skonto de Riga, ou apenas Skonto, fundado na capital da Letônia após o fim da União Soviética, em 1991, e extinto há dois anos, quando foi acometido por sérios problemas financeiros e viu-se obrigado a decretar falência.

Apesar de ser recém-surgido para o futebol na época, o time orientado pelo técnico Marks Zahodins, ainda sob a alcunha de Forums Skonto, surpreendeu os adversários e levou com autoridade o campeonato da primeira divisão do país, tendo sofrido uma única derrota naquela campanha. O resultado, aliás, não foi efêmero e o escrete tomou gosto pela glória. A prova disso são os 14 troféus de liga obtidos consecutivamente.

Dos triunfos mencionados, apenas dois foram logrados sob o comando de Zahodins, além de uma Copa Letã. O grande nome por trás das 17 taças subsequentes (11 campeonatos e 6 copas), entre 1993 e 2003, é o do local Aleksandrs Starkovs. Depois disso, o treinador migrou para o futebol russo e foi substituído pelo seu assistente Jurijs Andrejevs, que em 2004 estabeleceu a maior série de títulos seguidos no mundo.

Ao bater esse recorde, ultrapassando a marca registrada em 1974 pelo Al-Faisaly, da Jordânia, o Skonto viu Andrejevs sair para dirigir a Letônia. O inglês Paul Ashworth, que permaneceu no cargo até 2009, não repetiu o êxito de seus antecessores e deu lugar a Aleksandrs Starkovs, que voltou para obter o último título da liga, em 2010, no qual o brasileiro Nathan Júnior, hoje no futebol japonês, destacou-se sendo artilheiro geral.

Dois anos mais tarde, das mãos do local Marians Pahars, foi conquistada a última taça do clube, a Copa Letã, que não era celebrada há uma década. No mesmo ano, todavia, o fundador e presidente do Skonto, Guntis Indriksons, deixou o cargo para assumir o posto homólogo na federação nacional, enquanto Pahars seguiu caminho semelhante e foi treinar a seleção do país. Para o lugar de Pahars, chegou o georgiano Tamaz Pertia.

Embora tenha mantido o grupo batalhando nas principais frentes, com quatro vices da liga e um da copa, seus patrocinadores, com dificuldades financeiras, retiraram o apoio ao clube na temporada 2013/14, originando longos atrasos na folha salarial e outras despesas. Em seguida, o Skonto sofreu punições das entidades esportivas, chegou a ter suas atividades econômicas suspensas pelas autoridades do país, e faliu em 2016.

Nesse período, o recorde do clube da Letônia acabou superado pelo Tafea, de Vanuatu, que ganhou 15 campeonatos consecutivamente entre 1994 e 2009. Hoje, a maior sequência ativa é a do BATE Borisov, que está encaminhando seu 13º êxito nacional de modo seguido. Apesar de ter tido uma existência curta, o Skonto demonstrou seu valor e, mesmo que por um breve período, brilhou no topo do futebol mundial.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.