Schweinsteiger e o declínio de sua carreira no Manchester United

Schweinsteiger e o declínio de sua carreira no Manchester United

Volante campeão do mundo não conseguiu fazer boas apresentações nos Red Devils

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Schweinsteiger em sua apresentação ao Manchester United-ING (Foto: Reprodução)
Schweinsteiger em sua apresentação ao Manchester United-ING (Foto: Reprodução)

Schweinsteiger chegou ao Manchester United em julho de 2015, fez 29 partidas pelos Red Devils, marcou um gol, mas até agora nenhum destes quase 30 jogos com a camisa do clube inglês fez valer a aposta de Louis Van Gaal no atleta alemão, muito menos as 15 milhões de Libras, que, se convertidas em Real, cerca de R$ 74 milhões de reais. A culpa é do Manchester? É de Schweinsteiger? Das lesões? A idade? Pode ser um acúmulo de fatores, mas pode-se dizer que as lesões são o principal problema de Bastian Schweinsteiger.

Bancado pelo técnico holandês Louis van Gaal, Schweinsteiger um tanto quanto decepcionou o treinador, com quem trabalhou no Bayern de Munique-ALE entre 2009 e 2011, conquistando títulos nacionais e o vice-campeonato europeu em 2010. Em fevereiro deste ano, o treinador dos Red Devils desabafou em entrevista ao jornal The Telegraph.

— Bastian teve pouca sorte desde que chegou ao United. Ele se lesionou quando estava jogando bem e melhorando suas atuações. Porém, quando falei que esperava mais dele, ele ficou chateado. Disse isso porque acredito que posso cobrar. Tive que convencer a diretoria de que seria uma boa contratação, mesmo que ele já tivesse 31 anos.

Volante alemão ainda não desencantou na Inglaterra (Foto: Reprodução)
Volante alemão ainda não desencantou na Inglaterra (Foto: Reprodução)

O alemão já não é mais um garoto, 31 anos nas costas fazem uma grande diferença para um atleta de alto nível como Schweinsteiger, que ainda por cima joga no meio-campo, onde a movimentação é constante, ininterrupta. O atleta fez sua estreia como profissional em 2002, pelo Bayern de Munique, com apenas 18 anos. E surpreendeu. Seu excelente passe, visão de jogo e o ótimo poder de marcação fizeram com que ele ganhasse a posição de titular na temporada seguinte, em 2003-2004.

Ele teve que conviver com as pressões desde cedo. Um dos maiores talentos de sua época, se não o maior, e a disputa de uma Copa do Mundo, dentro de seu próprio país, em 2006, quando tinha apenas 22 anos. O elenco comandado por Jurgen Klinsmann era uma mistura de experiência com jovens e promissores talentos – Schweinsteiger, Podolski, Mertesacker, Lahm – eram os principais nomes daquela geração. Mas a equipe acabou sendo eliminada nas semifinais, em uma amarga derrota para a Itália.

Ainda garoto, nos primeiros anos como profissional do Bayern (Foto: Reprodução)
Ainda garoto, nos primeiros anos como profissional do Bayern (Foto: Reprodução)

Na Copa do Mundo de 2010, a mesma situação, um time franco favorito ao título, mas que caía para outra grande seleção, desta vez, a Espanha, que viria ser a campeã daquela edição. Parecia que Schweinsteiger só viveria dos títulos nacionais com o Bayern. Depois do vice-campeonato da Liga dos Campeões em 2010, ele teria outra oportunidade, em casa, na Allianz Arena, contra o Chelsea, em 2012. O Bayern sairia na frente, mas os Blues empatariam. Os Bávaros ainda desperdiçariam um pênalti na prorrogação, e sairiam derrotados nas penalidades. Mais uma facada no coração do volante, que perdeu pênalti e desatou a chorar.

A tão cobiçada "Orelhuda" (Foto: Reprodução)
A tão cobiçada “Orelhuda” (Foto: Reprodução)

Mas as coisas mudariam para o craque alemão. Na temporada seguinte, 2012-2013, o Bayern chegaria novamente à decisão, depois de golear o Barça nas semifinais, enfrentando na decisão o Borussia Dortmund. O título veio no fim da partida, com Robben, pondo fim a um jejum de 12 anos sem o título continental. Era só o começo da glória do atleta. Chegava a disputa da Copa do Mundo em 2014, no Brasil. Novamente, a Alemanha era uma das favoritas, e fez valer o favoritismo. Após enfiar 7 a 1 no Brasil nas semifinais, os alemães venceram a Argentina na prorrogação, gol de Mario Gotze. Não faltava mais nada a Schweinsteiger.

Lam e Schweinsteiger: símbolos de uma geração de ouro (Foto: Reprodução)
Lam e Schweinsteiger: símbolos de uma geração de ouro (Foto: Reprodução)

 

O jogador ainda ficaria mais uma temporada no Bayern (2014-2015) até se transferir para o futebol inglês. Vale ressaltar que não era desejo do alemão em sair do clube Bávaro, mas por saber que não seria aproveitado por Pep Guardiola, ele teve de procurar novos ares. O treinador catalão, em agosto de 2015, comentou sobre o assunto em entrevista coletiva.

— Se não tiver problemas de lesão, estou certo que terá êxito no Manchester United. É um grande jogador. Por azar, nos últimos três anos nunca esteve em boas condições. Realmente desejo que isto passe.

Saindo um pouco das lesões, podemos também pensar na hipótese dele não ter se adaptado ao futebol inglês, ao país, ao estilo de van Gaal. O treinador holandês não conseguiu encaixar uma boa formação ao Manchester, que mesmo com um bom time, vem decepcionando. Por exemplo, van Gaal não conseguiu fazer Dí Maria jogar bem, ao ponto do argentino ter que deixar o clube para se transferir ao PSG. Será que ele também não é responsável pelas más apresentações de Schweinsteiger? Fica a dúvida…

Como dito anteriormente, Schweinsteiger não é mais um garoto. Com 31 anos, já passou por muitas coisas na carreira. Sofreu uma enorme pressão desde cedo, foi incumbido de liderar a Alemanha e o Bayern de Munique às glórias. Não é fácil. O desgaste físico e emocional conta bastante, e ele pode estar sofrendo disso no momento.

O que não se pode negar é que ele pode dar a volta por cima. Se recuperar fisicamente, não como outrora, mas jogar em alto nível dentro de suas limitações. É esperar e deixar acontecer.

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