Rivais eternos, Arsenal e Tottenham quase construíram estádio juntos

Rivais eternos, Arsenal e Tottenham quase construíram estádio juntos

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Neste sábado, as atenções da rodada do Campeonato Inglês estarão voltadas primordialmente para o estádio de Wembley, onde Tottenham e Arsenal se enfrentam pela 27ª rodada em mais um capítulo do maior clássico de Londres, e uma das maiores rivalidades do futebol do país.

O jogo acontecerá no estádio com maior capacidade do país por conta das obras do novo White Harte Lane, que deve ser inaugurado no ano que vem. Mas há cerca de 40 anos, quando o estádio do Tottenham ainda era o antigo White Harte Lane e o Arsenal mandava seus jogos no tradicional Highbury Park (hoje substituído pelo Emirates Stadium), os dois times quase se uniram por um sonho em comum.

Tanto o Arsenal como o Tottenham sofriam para fazer a manutenção de seus respectivos estádios. Problemas estruturais apareciam com frequência, e os projetos para o futuro indicavam que o caminho era contar com espaços maiores, que pudessem ser aproveitados de formas diferentes e atrair ainda mais público.

Foi assim que, em 1977, uma oportunidade pareceu agradar membros dos dois rivais. O Alexandra Palace, espaço público utilizado ocasionalmente para pequenos shows e convenções (como o Festival de Cerveja Britânico), estava sangrando os cofres da prefeitura de Londres. Para aproveitá-lo, os agentes públicos sugeriram a construção de um estádio que receberia jogos dos Gunners e dos Spurs em fins de semana alternados.

Jornais da época se empolgaram com a possível parceria (Foto: Reprodução)
Jornais da época se empolgaram com a possível parceria (Foto: Reprodução)

A notícia correu rapidamente pela sociedade londrina da época, e como qualquer uma que afetasse tantas entidades importantes, teve tremendo impacto. Torcedores discutiam se seria válido ou não dividir uma casa com o maior rival, enquanto boa parte da imprensa elogiava a iniciativa e utilizava como exemplo principal o estádio Giuseppe Meazza, dividido por Milan e Internazionale na Itália.

E não seria qualquer estádio. O plano era de um campo moderno com capacidade para 75 mil pessoas, além de um complexo externo que permitisse a realização de eventos e espaço para shoppings, lanchonetes e até mesmo um ringue de patinação. Foi sugerido até que o “Ally Pally” pudesse ser usado pela seleção inglesa, já que o estádio de Wembley não vivia seus melhores dias em termos estruturais.

Mas aí começaram a surgir alguns obstáculos importantes. O Allexandra Palace se encontrava em uma área de difícil acesso, longe das estações de trem e metrô, e já tinha problemas para receber as cerca de 10 mil pessoas que compareciam nos eventos marcados no local.

Além disso, a prefeitura percebeu que o projeto era grandioso demais, até mesmo megalomaníaco, e decidiu que o investimento teria que vir da parte dos clubes. Arsenal e Tottenham, por sua vez, perceberam que não faria sentido gastar tanto dinheiro sendo que o objetivo inicial era justamente cortar gastos.

Moradores e comerciantes da região também foram contra o projeto, alegando que o bairro teria um tráfego muito grande de hooligans. Com tantas adversidades, a ideia acabou sendo abandonada de vez em 1979, com o Conselho de Londres alegando que a construção era “indesejada e impraticável”.

O Alexandra Palace acabou se recuperando e hoje é uma das praças de eventos mais cultuadas de Londres. Arsenal e Tottenham tiveram a oportunidade de se tornarem rivais sob um mesmo teto, mas decidiram ficar cada um do seu lado.

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