Pérolas Negras: em busca de um sonho

Pérolas Negras: em busca de um sonho

Nascida de um projeto social, equipe do Haiti quer construir campo oficial no Rio de Janeiro

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Pérolas Negras
Objetivo é construir um campo oficial em Paty do Alferes, no interior do Rio de Janeiro (Foto: Vitor Madeira | Viva Rio)

Aproveitando a participação inédita do Haiti na Copa América e o reencontro do time caribenho com a seleção canarinho, que será realizado na próxima quarta-feira (8), no Florida Citrus Bowl, em Orlando, é conveniente falar sobre o futebol daquela nação.

Em ocasiões passadas, o Alambrado analisou o documentário “O dia em que o Brasil esteve aqui”, que retrata o amistoso entre os dois países na cidade de Porto Príncipe, e a façanha de Emmanuel Sanon na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha Ocidental.

Agora, destacaremos a inspiradora jornada da Academia de Futebol Pérolas Negras, composta por jovens de um projeto social haitiano que foram convidados para jogar a última edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior, com a ajuda da ONG Viva Rio.

Sediado na Rua Javari, o time estrangeiro perdeu as três partidas que fez, contra Juventus (2-1), América-MG (2-1) e São Caetano (2-0), sendo eliminado na fase de grupos. Embora o resultado dentro de campo não tenha sido o ideal, os garotos comandados pelo técnico brasileiro Rafael Novaes mostraram talento e dedicação, conquistando o público local.

Antes de dar continuidade à história, porém, é necessário saber o contexto no qual o Perolas Negras está inserido. A equipe foi criada pela Viva Rio depois do terremoto que devastou o país, em 2010. Um ano antes, a mencionada ONG, que está no Haiti desde 2004 por convite da ONU para realizar ações de integração social da juventude, já havia iniciado as obras para a construção de um centro de treinamentos.

Com o término da edificação, em julho de 2011, as atividades puderam enfim começar. Na atualidade, segundo dados da instituição, aproximadamente 120 meninos e meninas com idades entre 11 e 18 anos vivem na academia em Porto Príncipe, desenvolvendo seus talentos e resgatando a auto-estima em um dos países mais pobres do mundo.

Hoje, o objetivo da ONG Viva Rio é construir um campo de futebol em Paty de Alferes, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Lá, os jovens atletas que buscam sucesso profissional para ajudar suas famílias no Haiti estudam, treinam e se alimentam adequadamente todos os dias. O local onde eles praticam, porém, tem dimensões reduzidas.

Assim, os jogadores que passam pelas categorias inferiores e concluem sua formação no Brasil, atuando no sub-20 e depois no profissional, necessitam de um campo de dimensões oficiais para concretizar o sonho que alimenta as esperanças de tantos semelhantes e ter melhores condições de vida, amenizando os efeitos causados pela tragédia ocorrida há seis anos.

Para atingir esse objetivo, existe desde o passado mês de abril uma campanha de financiamento coletivo (o famoso crowdfunding) que pode ser acessada aqui. Os colaboradores, além de ajudarem uma causa nobre, também ganham recompensas de acordo com o valor doado. Ainda que o primeiro capítulo dessa missão esteja próximo do fim, nunca é tarde para abrir os olhos e estender a mão a quem precisa dela.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.