Não é mistério que os paulistas são historicamente dominantes na Copa São Paulo. Em 47 edições, os clubes do referido estado levantaram 28 títulos contra 19 de todas as outras unidades federativas somadas. O número de finalistas é ainda maior: 63 de 94 possíveis.
Em quatro anos, porém, os times de São Paulo não fizeram valer sua força como local e acabaram fora da disputa pelo título. Esse raro episódio aconteceu em 1971 (Fluminense x Botafogo), em 1980 (Internacional x Atlético-MG), em 1996 (América-MG e Cruzeiro) e em 2011 (Flamengo x Bahia). O Alambrado conta abaixo os principais fatos desses torneios.
Embora estejam numericamente empatados, os cariocas levam vantagem sobre os mineiros em relação a títulos em decisões sem paulistas: 2 contra 1. Confira mais detalhes:
FINAL CARIOCA – Centro Educacional de Pirituba
Mesmo com 11 dos 16 participantes, nenhum paulista chegou à final em 1991. O Corinthians, bicampeão, foi eliminado logo na primeira fase ao ficar atrás de Ponte Preta e Fluminense. Em grupo liderado pelo Botafogo, Palmeiras e Portuguesa também deram adeus cedo, enquanto Santos, Comercial e Nitro-Química repetiram seus conterrâneos.
Nas quartas de final, o Botafogo eliminou o Grêmio, por 1 a 0, e a Ponte Preta, por 3 a 1. Já o Flu tirou o São Paulo nos pênaltis, após empate por 1 a 1, e o Nacional, por 2 a 1.
Na decisão, o clássico foi bem parelho. O Tricolor, sob o comando de Pinheiro, e a Estrela Solitária, orientada por Neca, empataram por 3 a 3 no tempo normal. Na emocionante prorrogação, cada um anotou mais um gol. Nos pênaltis, enfim, deu Fluminense por 4 a 3.
RIVALIDADE SUL-MINAS – Estádio do Pacaembu
Na primeira fase da Copinha em 1980, São Paulo, Portuguesa e Juventus se despediram de modo precoce, além do Marília. O Corinthians avançou à frente do Atlético-MG, e o Guarani, do Fluminense. Já o Santos e o Palmeiras terminaram como segundos colocados.
Nas quartas de final, o Internacional encarou o Palmeiras e saiu vitorioso por 4 a 3. Foi o único rival paulista do Colorado no mata-mata, pois os Meninos da Vila caíram na mesma fase para o Matsubara, que seria derrotado pelos gaúchos por 1 a 0.
Do outro lado da chave, o Atlético-MG passou pelas quartas de final ao vencer o Guarani e depois bateu o Corinthians, ambos por 1 a 0. Na decisão, quem se sobressaiu foi o Inter: 3 a 0 e o tricampeonato, em jogo realizado atipicamente no dia 20 de janeiro.
FINAL MINEIRA – Estádio do Pacaembu
Em 1996, Corinthians e São Paulo vinham de boas campanhas nos últimos anos, enquanto Ponte Preta e Guarani rivalizavam com a dupla da capital. Porém, a Macaca não disputou a 27ª edição do torneio. Ademais, Santos e Palmeiras caíram na primeira fase.
Mesmo com essas ausências, houve 8 representantes nas oitavas de final. Os times do Parque São Jorge e do Morumbi, o Bugre, Nacional, Rio Branco, Botafogo, Mirassol e Paulista. Mas confrontos diretos resultaram na permanência de somente dois deles.
Para dificultar a situação dos paulistas, São Paulo e Corinthians perderam para América-MG e Internacional, respectivamente. Na sequência, o Coelho venceu os gaúchos e o Nacional até a decisão, enquanto o Cruzeiro passou por Vasco, Paraná e Paulista.
Com defesas sólidas, os rivais protagonizaram um duelo interessante no Pacaembu. Hoje ídolo do Corinthians, William “Capita” abriu o placar logo no início, vantagem que foi ampliada pelo América na etapa final. A Raposa descontou a 15 minutos do fim, mas não evitou o primeiro título do Coelho.
ENTRE CARIOCAS E BAIANOS – Estádio do Pacaembu
Em 2011, defendendo o título conquistado sobre o Santos, o São Paulo avançou com 100% de aproveitamento, enquanto o Corinthians teve a melhor campanha da primeira fase. Por outro lado, Flamengo e Bahia foram os segundos colocados em seus grupos e avançaram pelo índice técnico (1º e 9º, respectivamente).
Na segunda fase, o rubro-negro cresceu. Começou eliminando o Cruzeiro nos pênaltis após empate por 2 a 2. Na sequência, venceu o São Paulo, por 1 a 0, o Coritiba, por 6 a 2, e chegou à final ao bater o Desportivo Brasil nos pênaltis, após empate sem gols.
Já o Bahia ganhou da Portuguesa no início da segunda fase, por 2 a 1, eliminou o Vitória nos pênaltis, após empate por 1 a 1, e despachou o Santos, por 2 a 1. Depois, ainda se vingou da derrota na fase de grupos para o América-MG, tirando o Coelho por 2 a 1.
Na final, o Flamengo abriu o placar e sofreu a igualdade ainda no primeiro tempo. Na etapa complementar, com um jogador a menos, o Tricolor de Aço não suportou a pressão e levou o segundo gol, em pênalti convertido por Negueba. Isso definiu o bicampeonato rubro-negro e impediu a conquista inédita dos baianos.