A aguardada chegada da seleção de Gibraltar ao quadro de postulantes à disputa da Eurocopa levou jornais, portais, rádios e TVs do mundo inteiro a rotular o modesto time como o “pior da Europa”. O fato cresceu com a péssima campanha do time semiamador nas Eliminatórias.
A participação do selecionado do pequeno país de menos de 30 mil habitantes foi encerrada no domingo, com uma sonora goleada de 6 a 0 sofrida em casa para a Escócia. Ao todo, foram 56 gols sofridos, dois gols marcados, e nenhum ponto conquistado.
Mas os gibraltinos ainda precisam comer muito feijão com arroz para entrar no ranking dos maiores sacos de pancadas das Eliminatórias da Eurocopa. Atualmente, o posto é ocupado pela nobre seleção maltesa, que amargou a lanterna de seu grupo em todas as suas 12 participações no torneio.
Na corrida para a Euro 2016, não foi diferente. Malta ainda tem um jogo por cumprir nesta terça (13), contra a Croácia, mas já garantiu a lanterna do grupo H por antecipação, ao perder para a Noruega por 2 a 0 no sábado (10).
Contudo, ao longo de mais 40 anos de expertise em competições europeias, a equipe mostrou ter aprendido a malandragem das canchas: empatou dois jogos, contra Azerbaijão e Bulgária, e foi vazada apenas 12 vezes – bem longe de ser a pior no quesito.
A disputa, contudo, é acirrada. Luxemburgo, que por anos ocupou o trono de pior do continente, vem logo atrás, com 11 lanternas. Foi superado por Malta por não conquistar a lanterna em 1996 e agora em 2016. Tende a cair no ranking, especialmente com a ascensão negativa de San Marino e o imenso potencial de Gibraltar.
A qualificação para a Euro 2016, entretanto, reservou um fato raro. Foi a segunda vez que uma equipe que já havia conquistado o título terminou na lanterna do grupo das Eliminatórias. O fato foi atingido pela Grécia, campeã de 2004.
Na horrorosa campanha de 2014/15, os gregos caíram em um dos grupos menos badalados da competição, que terminou com a classificação de Irlanda do Norte e Romênia – equipes que têm boas gerações, de fato, mas que estão longe do rol de grandes potências do continente, convenhamos.
Antes da Grécia, a outra campeã a amargar o último lugar foi a extinta União Soviética. A equipe levou a taça na primeira edição da Euro, em 1960, mas, apesar de ser cabeça-de-chave, ficou com a lanterna de um grupo formado por Finlândia, Hungria e… Grécia, a classificada, em 1980.
Outra curiosidade da lista é a seleção dinamarquesa. Nos primórdios da Euro, a equipe passou longe de se classificar em 1968, 1972, 1976 e 1980, tendo segurado a lanterna seguidamente. De uma hora para a outra, virou a Dinamáquina. Revelou craques do porte dos irmãos Laudrup e de Peter Schmeichel, e levou o caneco em 1992. Alô, Malta.
Abaixo está a lista completa, que ainda pode sofrer atualizações. Nesta terça (13), a última rodada vai definir no grupo A se o Cazaquistão ganhará posições no ranking ou se a Letônia terá a honrosa oportunidade de entrar para este clube privativo. A aguardar.
