Melhor partir pra outra: Cinco medidas no futebol que não deram muito...

Melhor partir pra outra: Cinco medidas no futebol que não deram muito certo

Nem sempre novas medidas no futebol dão certo; veja exemplos

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Em 2004, a Grécia se aproveitou do polêmico Gol de Prata (Foto: Divulgação: UEFA)
Em 2004, a Grécia se aproveitou do polêmico Gol de Prata (Foto: Divulgação: UEFA)

Nos últimos dias um tema tem tomado conta da mídia esportiva brasileira: A possibilidade de implantação do árbitro de vídeo, que em tese reduziria as possibilidades de erros da tão (justamente) criticada arbitragem do país.

O recurso do VAR (Sigla para “Árbitro assistente de vídeo”, em português), testado na Copa das Confederações, tem recebido mais amostras em grandes campeonatos, como as ligas da Itália e da Alemanha, e o resultado até o momento parece ser satisfatório.

Só que em todos os casos citados o árbitro de vídeo foi implantado depois de um certo tempo para preparação e cursos envolvendo todos os profissionais envolvidos no jogo. No Brasil, ao que tudo indica, o teste seria feita de maneira precipitada, e em meio à disputa do Campeonato Brasileiro.

A ajuda da tecnologia talvez seja uma das mudanças na regra mais importantes desde que as leis do jogo foram padronizadas, e só o tempo dirá se a medida ajuda o esporte ou não. Mas o fato é que algumas outras novidades não deram tão certo, por motivos de precipitação ou mera inutilidade.

O Alambrado relembra alguns casos de regras que foram testadas na história do futebol e acabaram não dando muito certo. Confira e responda: você acha que elas deviam voltar?

Disputa de pênaltis após qualquer empate

Poucas coisas no mundo da bola provocam tanta tensão quanto uma disputa de pênaltis. Um momento em que os torcedores dos times envolvidos na contenda testam seus batimentos cardíacos, e até mesmo quem está alheio ao resultado acompanha com mais atenção.

É normal ver os pênaltis desempatando jogos de mata-mata, mas partidas de primeira fase de um torneio, nem tanto. Algumas tentativas já foram feitas, como no Campeonato Paulista de 2001, onde os empates valiam um ponto e a equipe vencedora nos pênaltis somava um ponto extra. Mas a medida não vingou e acabou não sendo mais utilizada. Curiosamente, o regulamento daquele campeonato não previa disputas de pênalti na fase mata-mata.

Gol de Prata

Seguindo o rastro do “irmão mais velho”, o Gol de Ouro, que já não tinha dado muito certo (principalmente para os brasileiros em Olimpíadas), foi instituído pela Uefa em 2002 o Gol de Prata, que classificava para a fase seguinte o time que vencesse o primeiro tempo de uma prorrogação.

Parece confuso, não é? E foi, até para quem estava em campo. A medida tinha sido criada para diminuir os efeitos de morte súbita do gol de ouro, mas acabou piorando tudo. Em fevereiro de 2004 a International Board, responsável pelas regras do esporte, decidiu que depois da Euro que seria realizada naquele ano o Gol de Prata seria abolido.

Mas no torneio continental o advento ainda teve tempo de fazer uma vítima. A República Tcheca, que já havia perdido uma Euro em 1996 graças a um Gol de Ouro, foi eliminada pela Grécia nas semifinais graças a um gol de Traianos Dellas no último minuto do primeiro tempo da prorrogação. A República Tcheca nunca mais chegou tão longe em torneio algum. E o Gol de Prata também.

Avanço de 10 jardas

Em 2000, a Football Association resolveu imitar um regra do rúgbi para tentar coibir o mau comportamento dos jogadores ingleses. Foi dado aos árbitros o poder de demarcar uma cobrança de falta 10 jardas (9,15 metros) à frente do local onde ela havia ocorrido caso algum jogador reclamasse muito ou tumultuasse a cobrança, ganhando ainda um cartão amarelo.

Mas existia um motivo óbvio para essa regra funcionar no rúgbi, um esporte onde cada jarda conquistada vale muito, e não no futebol, onde estar muito à frente pode não ser um lucro tão grande.

Sabendo dos locais onde determinados cobradores se sentiam mais confortáveis, defensores passaram a tumultuar as cobranças deliberadamente, fazendo com que houvesse menos espaço para um chute colocado por cima da barreira, por exemplo. A FIFA aboliu a regra em 2005.

Dois pontos para vitória em casa

Mais uma vez o futebol inglês tentou inovar, e acabou não dando muito certo. Nos anos 1980, tentando incentivar os times visitantes a atacarem mais, a Football League criou um regulamento em que os visitantes ganhavam três pontos a cada vitória, e os mandantes, dois.

A mudança foi feita a partir da temporada 1983-84, e mesmo com alguns times melhorando, de fato, seu desempenho fora de casa, a medida foi considerada ineficaz, já que seria difícil determinar até que ponto a regra nova era responsável por cada campanha. A regra não chegou nem mesmo a ser utilizada na primeira divisão inglesa, e foi retirada do regulamento em 1986.

Laterais cobrados com o pé

Sepp Blatter previa, em 1994, que os laterais cobrados com o pé seriam uma das maiores revoluções no jogo e que fariam sucesso no mundo todo em, no máximo, dois anos. A ideia era que se fossem permitidos os chutes em cobranças de lateral as ocasiões de gol aumentavam.

A medida foi posta em prática a partir da temporada 1994-95, com testes feitos nas ligas inferiores da Bélgica e da Hungria, além da sétima divisão inglesa. Mas o mundo ideal de Blatter ficou longe de se concretizar.

A maior parte dos técnicos continuou instruindo seus atletas a cobrar laterais com a mão pela dinâmica do jogo, e quando era utilizada a nova regra a partida se transformava num festival de balões para a área. Aquela foi a única temporada em que a regra foi adotada.

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Jornalista, 23 anos. Amante do futebol bonito e praticante do futebol feio