Maradona brasileiro brilha no “padrinho” do Corinthians

Maradona brasileiro brilha no “padrinho” do Corinthians

Com nome de craque, Diego Maradona estreia com gol no time que originou seu clube de infância

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Diego Maradona estreou pelo Casuals no domingo e já marcou gol (Foto: Corinthian-Casuals/Divulgação)
Diego Maradona estreou pelo Casuals no domingo e já marcou gol (Foto: Corinthian-Casuals/Divulgação)

Já não é novidade a relação entre o futebol do Brasil e o Corinthian Casuals, clube que inspirou a criação do Corinthians e chegou a visitar o país no início de 2015 para jogar um amistoso com seu “irmão forte”. Mas na última semana essa ligação ficou ainda mais estreita por conta de um brasileiro com uma história um tanto curiosa.

Natural de Itaporanga, no interior do Estado de São Paulo, Diego Maradona já carrega no nome a paixão de seu pai pelo futebol. Sentimento que ainda seria espalhado entre seus irmãos, Michel Platini e Rivellino.

O meia de 27 anos, que chegou a atuar nas categorias de base de Brescia-ITA, São Caetano-SP e Ceilândia-DF, provavelmente não imaginava que, ao mudar-se para a Inglaterra, teria a chance de atuar pelo time que inspirou a criação de seu clube de coração na infância.

Mas foi o que aconteceu neste domingo (12), quando Maradona estreou pelo Casuals marcando o gol da vitória por 1×0 em um amistoso de pré-temporada contra o Met Police, no estádio King George’s Field.

Torcida celebra o gol marcado contra o time da polícia (Foto: Corinthian-Casuals/Divulgação)
Torcida celebra o gol marcado contra o time da polícia (Foto: Corinthian-Casuals/Divulgação)

Em conversa com o Alambrado, o jogador explicou que a influência do técnico James Bracken foi essencial para que jogasse no clube amador londrino, que atualmente disputa a Ryman League Division One South, equivalente à oitava divisão inglesa.

“Na última temporada, James treinou o Sutton United, que está duas divisões acima do Corinthian-Casuals. Lá ele viu meu vídeo e quis que eu fizesse parte de seu novo time quando chegou ao Casuals”, explica o Maradona brasuca.

Segundo ele, a relação do time com sua “filial” paulista também foi importante para aumentar o desejo de jogar. “Normalmente eu não jogaria de graça, mas quis fazer parte do clube que ajudou a formar o Corinthians”, conta.

A vontade de atuar pelo clube faz com que Diego enfrente alguns desafios até mesmo para chegar aos treinos. “Não é fácil. Só para treinar eu preciso viajar de trem por cerca de duas horas, na ida e na volta. Mas estou tentando arrumar um novo emprego e uma casa em Londres, para estar mais perto do clube.”

O novo atleta do Casuals não se arrepende dos rumos que a carreira tomou, lembrando-se dos bons momentos no Brasil. “Tenho grandes memórias no São Caetano e no Ceilândia, alguns dos meus colegas daquela época tem boas carreiras agora, atuando até na Champions League”, lembra.

“Quando jogava pelo Sub-20 do São Caetano cheguei até a enfrentar o Corinthians em Itaquera, antes do novo estádio ser construído”, revela. “Perdemos por 1×0.”

Consciente das dificuldades da carreira de jogador, ele sabe que conforme os anos passam as chances no profissional ficam mais escassas, mas não perde o ânimo.

“Nunca sabemos o que a vida vai trazer. Sei que estou ficando velho para o futebol, e que meus sonhos de chegar ao topo podem não acontecer nunca, mas isto (jogar no Casuals) é ótimo. Marcar o gol no domingo foi maravilhoso e espero ajudar por quanto tempo puder”.

Se depender dos comandantes do clube, Diego ainda deve fazer muito sucesso por lá. É o que conta Chris Watney, diretor do clube que também vai pro campo nas horas vagas. “Logo no primeiro jogo ele já marcou um gol, então parece muito bom até o momento!”, conta.

Apesar de deixar claro que a contratação de Maradona não é apenas uma forma de deixar os fãs brasileiros mais próximos do clube, Watney explica que o carinho que vem do Brasil é muito bem-vindo.

“É espetacular. É muito importante para nós, porque aqui em Londres a situação não é tão fácil para nosso clube, é uma verdadeira luta para sobreviver financeiramente, e o apoio que recebemos dos nossos fãs corintianos no Brasil nos lembram do quão especial é a instituição que queremos manter viva.”

O dirigente, que também produz um filme sobre a relação entre o clube inglês e o brasileiro, ainda revela a vontade de retornar ao país: “Assim que chegamos em casa, os jogadores já começaram a perguntar quando voltaríamos. Espero poder levar todos ao Brasil para a estreia do filme”, diz Watney.

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