O ano de 2015 é, sem dúvidas, o melhor da carreira de Neymar. Campeão de tudo com o Barcelona, artilheiro da atual temporada do Campeonato Espanhol, eleito um dos três melhores jogadores do mundo. As coisas não poderiam ser melhores para o jogador brasileiro, que de quebra é o destaque da seleção. Mas, verdade seja dita, não foi fácil para o craque chegar aonde chegou. Vamos relembrar?
Neymar chegou ao Barcelona em meados de 2013, dividindo opiniões entre muitos torcedores. Parte dizia que ele decepcionaria assim como Robinho decepcionou na Europa, mas outros, esperançosos, acreditavam no futebol da revelação do Santos. A imprensa brasileira também apostava no sucesso do jogador, que já surgia como principal nome do futebol brasileiro e também da seleção. Acreditava-se que o estilo de jogo do Barcelona poderia favorecer seu futebol.
No entanto, a imprensa espanhola criticava, e muito, o craque brasileiro, que iniciou sua jornada no Barcelona de maneira tímida e aquém do esperado pelo seu futebol. Prato cheio para os críticos de plantão. Entretanto, em 2014, Neymar começaria a se soltar. Viria a Copa do Mundo, boas atuações, gols, até a lesão que o tirou da semifinal e do restante da Copa do Mundo.
Voltou a campo no final de agosto daquele ano e somaria até o último jogo de 2014 – não da temporada – com 14 gols em 20 partidas disputadas. Finalmente, em 2015, Neymar começava o ano com gols e boas atuações, mas também polêmicas. A principal delas com o treinador, Luis Enrique.
No começo do ano, Neymar vinha sendo substituído em diversas partidas, dando lugar ao atacante Pedro, e saía visivelmente irritado. Foi o que aconteceu em jogos contra Elche, Atlético de Madrid, Sevilla, Levante, entre outros. Mas as coisas mudariam para o craque da seleção.
O jogador terminaria o Campeonato Espanhol na terceira colocação da artilharia da competição, com 22 gols em 33 jogos. Na Liga dos Campeões, dividiu a artilharia com Messi e Cristiano Ronaldo, todos com 10 gols. Vale lembrar que ele marcou na decisão contra a Juventus. Portanto, em um semestre, Neymar era campeão da Liga dos Campeões, Campeonato Espanhol e Copa do Rei, além de artilheiro da maior competição de clubes do mundo.
O atleta chegava à seleção brasileira, para a disputa da Copa América, com moral, e com status de líder da “nova” equipe comandada por Dunga. No primeiro jogo, ele decidiu. Vitória apertada por 2 a 1 sobre o Peru, com um gol e uma assistência do jogador. Mas tudo mudou daí pra frente. Veio o principal confronto da fase de grupos da competição: a Colômbia. Jogo truncado, difícil, os adversários eram melhores, tanto que abriram o placar.
Neymar era o único que tentava, que estava bem, mas se irritava facilmente. Discutiu com jogadores, levou cartão amarelo. E ao término do jogo, arrumou confusão com Carlos Bacca e o zagueiro Murillo após chutar a bola em Pablo Armero. Foi expulso na saída para o túnel e, nos vestiários, discutiu e tentou agredir o árbitro. Foi punido severamente, ficando fora do restante da Copa América. Voltaria apenas se o Brasil fosse para a final, mas nossa seleção cairia nas quartas para a “poderosa” seleção do Paraguai.
Para piorar, Neymar ficaria de fora do início de temporada do Barça, pois fora diagnosticado com caxumba, mesmo tendo tomado vacina. Deste modo, não veria sua equipe ser campeã da Supercopa da UEFA e vice-campeã da Supercopa da Espanha. Somente na segunda rodada do Campeonato Espanhol ele retornara a campo, contra o Málaga.
O início de temporada de Neymar é fulgurante. Em 19 partidas disputadas, são 16 gols, sendo 14 deles no Campeonato Espanhol, os outros dois na Liga dos Campeões. Para completar este momento inesquecível na carreira do craque, ele foi colocado entre os três melhores jogadores do mundo, ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo.
Como havia dito anteriormente, é a primeira vez que isso acontece na carreira do jogador. Antes, ele só havia comparecido às premiação da Fifa para receber o prêmio de gol mais bonito do ano. Desta vez não. Agora, nosso craque irá comparecer evento para receber o prêmio de terceiro, segundo ou, quem sabe, o melhor jogador do mundo.
O mais provável ainda é que Neymar fique com o terceiro lugar este ano. Cristiano Ronaldo bateu recordes, foi artilheiro da última Liga Espanhola, é o atual artilheiro da Liga dos Campeões, entre outros números assustadores. E Messi, bom, é o Messi. Não precisa falar muito sobre o gênio. Desde 2007, quando Kaká recebeu o prêmio de melhor jogador do mundo, que não víamos um brasileiro entre os três melhores. Neymar merece isso e muito mais. É apenas o começo…
