Lado boleiro de Mujica não perdoou nem a FIFA; Relembre

Lado boleiro de Mujica não perdoou nem a FIFA; Relembre

Veja algumas frases marcantes do ex-presidente (e agora senador) uruguaio sobre o futebol

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É inquestionável que José Mujica teve destacada passagem pela Presidência do Uruguai, cargo que ocupou entre 2010 e 2015 e por meio do qual obteve 65% de aprovação.

Ele entregou a faixa com as cores da bandeira nacional ao correligionário Tabaré Vázquez, que o havia antecedido, em cerimônia realizada neste domingo (1), em Montevidéu.

Mas não só em virtude de reflexões interessantes, da maneira humilde de enxergar a vida, das políticas sociais e do fusca azul que “Pepe” será lembrado por seus admiradores.

Como ficou em evidência, principalmente, durante a Copa do Mundo da FIFA de 2014, no Brasil, o mandatário também já mostrou a todos a admiração que nutre pelo futebol.

 

Mujica e Lugano (Foto: Divulgação / AUF)
Mujica foi ao Estádio Centenário para se despedir da seleção no amistoso que precedeu a viagem dos uruguaios à Copa do Mundo no Brasil (Foto: Divulgação / AUF)

 

Natural de um país tradicional no esporte, o estadista, sempre que pode, manifesta-se a sobre o assunto que já proporcionou tantas alegrias a seu povo.

Abaixo, recordamos algumas frases de Mujica. Algumas delas promoveriam em botecos polêmica maior que a regulação estatal da maconha no Uruguai. Outras, nem tanto.

LUIS SUÁREZ E A FIFA

“Na FIFA, [eles] são um bando de velhos filhos da puta”, após a entidade punir o atacante por ter mordido o zagueiro italiano Giorgio Chiellini durante partida da fase de grupos da Copa do Mundo.

 

 

“Poderiam tê-lo punido, mas não com punições fascistas”, sobre o rigor da FIFA ao banir o jogador por quatro meses de todas as atividades relacionadas ao futebol, entre outras sanções.

“Não o escolheram para [ser] filósofo, nem para [ser] mecânico e nem para ter bons modos. É um excelente jogador”, sobre o comportamento em campo da principal estrela da Celeste Olímpica.

SEU TIME

“Eu teria de ser torcedor do Huracán del Paso de la Arena, que foi o bairro onde nasci, mas quando era criança o clube não existia, então fiquei com o Cerro”, referindo-se ao clube de sua terra natal, que foi fundado em 1954, 19 anos após seu nascimento.

SELEÇÃO URUGUAIA EM 2014

“Para mim não foi uma derrota, para mim ganhamos. Chegar até ali foi incrível. Sinto-me orgulhoso de ser uruguaio. O esporte é fundamental para as crianças. Eu o vejo assim. Há outros que o veem como negócio”, sobre a derrota para a Colômbia nas oitavas de final da Copa do Mundo.

FUTEBOL ATUAL

“Agora inventamos o ‘baby futebol’, que é uma coisa bárbara, mas, como os pais se colocam como técnicos, tornamos amarga a vida dos pequenos e não lhes deixamos esta etapa de liberdade, que me parece ser imprescindível. Estas são as mudanças que traz o modernismo”, sobre o novo modelo que o esporte vem adotando.

DISCURSO PARA CRIANÇAS

“Joguem bola, mas por favor queiram e respeitem a vida, que é o melhor capital que [vocês] têm. Não deixem que as grades a roubem de vocês nem a transforme em droga”, sobre as armadilhas do futebol e o apreço pela vida.

 

 

REAL MADRID

“Um clube como o Real Madrid tem um orçamento de US$ 400 milhões anuais. Creio que o futebol uruguaio não tenha gastado esse dinheiro em toda sua existência”, sobre os altos valores obtidos pelo clube espanhol.

“Para a estatura que temos e as oportunidades que pode gerar tão pouca gente, o futebol uruguaio é um milagre e é graças à paixão que tem nosso povo”, sobre um país com aproximadamente 3,5 milhões de pessoas ter tanto destaque no futebol.

VIOLÊNCIA NO FUTEBOL

“As grades e a polícia não são a solução. É hora de por fim à barbárie no futebol, de castigar os que merecem, e não os que amam o esporte. A segurança nos estádios não tem que ser dada pela presença policial, e sim pela maturidade global da sociedade”, sobre como superar a violência no esporte.

“Os uruguaios não podemos seguir essa irracionalidade, consolidando a estupidez humana. Devemos reagir urgente. Estou disposto a parar o futebol se for necessário até que se tomem medidas”, sobre a violência de torcidas no país.

“Eu me eduquei em um país muito diferente. Lembro-me ainda de que meu pai me levava ao Centenário para desfrutar do espetáculo que ofereciam grandes futebolistas. Então íamos as torcidas misturadas e podíamos conviver sem problemas”, sobre a época em que era mais jovem e ia aos estádios.

“Os clubes grandes são os primeiros que devem reagir porque são 90% do país. Ou acabamos com o mal pela raíz ou não poderemos continuar desfrutando dos espetáculos esportivos”, sobre quem deve liderar as campanhas contra a violência.

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