As categorias de base de Portugal seguem evoluindo e mostrando ao mundo poderio frente a economias mais fortes e escolas mais tradicionais. Nos últimos anos, é inegável o desenvolvimento de jovens jogadores – sejam portugueses ou não – nas fileiras lusas.
As principais referências futebolísticas do país – Benfica, Sporting e Porto – seguem investindo e notando a importância de revelar jovens jogadores para competir com os poderosos clubes de outros países. Consequentemente, elevam o nível da seleção nacional.
No Mundial sub-20 deste ano, a seleção lusitana foi derrotada pelo Brasil nas quartas de final. Porém, a tristeza da eliminação foi encoberta pelo grande papel em campo. A queda nos pênaltis não apagou a ótima campanha dos portugueses.
Futuro que reluz. Sim, o ouro está a caminho
Indo mais a fundo, percebemos sucesso entre os mais jovens. Gerações badaladas contam com jogadores que prometem estar em alto nível daqui alguns anos. Vale lembrar que Portugal teve neste século dois astros do futebol: Cristiano Ronaldo e Figo.
A seleção sub-17 que se prepara e participa da qualificação para o Europeu da categoria, a ser realizado ano que vem, demonstra grandes qualidades e coloca um jovem talento em evidência: João Filipe.
O atacante de 16 anos é jogador do Benfica. Muito bem falado há algum tempo em Portugal, é o grande atleta entre os mais jovens no país. Segundo José Dias, do site português Jovens Promessas, referência em categorias de base, Filipe é uma das maiores joias da história recente.
Na última terça-feira (30), a seleção lusa sub-17, sob comando de Hélio de Sousa, goleou a Armênia por 7 a 0. Neste jogo, um acontecimento curioso. Três jogadores marcaram dois gols. Domingos Quina, José Gomes e o craque João Filipe.
Um levantamento feito pelo Jornal I, importante diário português, mostra as poucas vezes que isso aconteceu na história da seleção quina, como se pode conferir logo abaixo:
08.06.1976 (sub-21): Sousa, Jacques, Fonseca (Finlândia, 6-0)
10.03.1996 (sub-16): Petit, Simão e Paulo Costa (Dinamarca, 7-0)
13.06.1996 (sub-15): Artur Pereira, João Paulo e Diogo Luís (Espanha, 8-1)
19.08.1997 (sub-21): Ramos, Delfim e Carlitos (Arménia, 7-0)
09.06.1999 (AA): Sá Pinto, João Vieira Pinto e Rui Costa (Liechtenstein, 8-0)
06.06.2001 (AA): Pauleta, Pedro Barbosa e João Vieira Pinto (Chipre, 6-0)
29.09.2011 (feminino): Patrícia, Edite e Beta (Marrocos, 7-1)
07.08.2010 (sub-17): Tiago Duque, Iuri Medeiros, Alexandre Guedes (Cabo Verde, 6-2)
27.04.2013 (sub-19): Cristian, Rony Lopes, Gonçalo Paciência (Sérvia, 6-2)
Empolgação com resultados
A geração 99 já é considerada uma das melhores do século. Neste ano, em diferentes torneios e amistosos, a seleção alcançou resultados fantásticos: 6 a 0 contra a Itália, 7 a 3 contra a Inglaterra. Agora, 7 a 0 diante da Armênia e 5 a 0 contra San Marino.
Liderando tecnicamente as seleções, João Filipe tem uma marca considerável por Portugal. Com ele em campo, jamais houve uma derrota sequer. Foram 17 partidas, muitos desses jogos em que ele brilhou.
O aproveitamento é ótimo. São nove gols nesses compromissos. Por isso, o atacante é a esperança portuguesa para o próximo Europeu sub-17, que será realizado no Azerbaijão. Esperança para o futuro Quina. Além disso, o Benfica já pensa em como desenvolver tamanho talento.
Inclusive, a forma de como o clube o viu já causa curiosidade. José Filipe marcou 11 gols em uma partida pelo seu clube anterior, o GC Corroios. O resultado de 11 a 0 não poderia passar despercebido.
Jogando pelas pontas, o ambidestro tem a precisão do gol intrínseco. A qualidade no chute é algo admirável. A tranquilidade frente ao goleiro assusta. Falta o total desenvolvimento para brilhar e ser o próximo de uma linhagem.