O fantasma da D

O fantasma da D

Relembre a campanha do Operário Ferroviário na série B de 1990

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O Operário Ferroviário, atual campeão paranaense e a grande surpresa dos estaduais Brasil afora, tem novo objetivo na temporada: conquistar uma vaga na série C.

Para isso, o Fantasma do Paraná quer voltar aos velhos tempos. O início de temporada já deu bons indícios. Com uma ótima equipe que conquistou o estadual, a esperança existe. Os 5 a 0 no placar agregado diante do Coritiba ainda repercutem e fazem o clube do Paraná ser respeitado na série D. O jejum de 14 vice-campeonatos está acabado.

No embalo do Londrina, que fez o mesmo roteiro ano passado e hoje joga a série C, a esperança é que o Fantasma faça uma boa campanha na sempre extenuante competição nacional.

O Trem Fantasma espera assustar como fez nos seus tempos de glória e em 1990, quando quase subiu para a primeira divisão.

O fantasma da B

Na série B daquela temporada, 24 times foram divididos em quatro grupos. Os quatro primeiros clubes avançariam no torneio. O Operário caiu no grupo C, junto com Catuense, Juventus-SP, Americano, Central e Itaperuna. Chave difícil e com longas viagens.

O time, localizado no Centro do Paraná, sonhava em voltar aos grandes anos. O último dos vice-campeonatos tinha ocorrido em 1961. Os habitantes da simpática cidade esperavam mais do Fantasma.

O segundo clube mais antigo do Paraná (perdendo apenas para o Coritiba) recebeu maiores investimentos no ano e era um postulante à vaga. A equipe precisava se agarrar às origens e passar cada fase com muita luta.

O forte time de 1990 (Foto: Reprodução;operario.com)
O forte time de 1990 (Foto: Reprodução;operario.com)

Os pioneiros da Vila Oficinas vinham de uma ótima campanha no Campeonato Paranaense daquela temporada. Caíram apenas para o Atlético nas semifinais. O próprio Furacão e o Coritiba estavam na série B daquele ano.

O time contava com ídolos históricos. O atacante Niquinha talvez fosse o melhor deles. Ao lado do lateral-esquerdo Flávio Miranda e dos ótimos atacantes Éder e Oliveira, formava uma boa espinha dorsal.

Na primeira fase, quatro vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. O desempenho colocou o Operário Ferroviário como segundo lugar do grupo, dois pontos atrás da líder Catuense.

Para a segunda fase, quatro grupos de quatro times e apenas dois avançavam para a última etapa. Tarefa mais complicada. Em um grupo H muito forte, que contava ainda com Sport, Remo e Itaperuna, o estádio Germano Kruger fez a diferença. Foram três vitórias diante da fanática torcida. Os triunfos de 1 a 0 sobre o Sport e 2 a 1 sobre o Remo surpreenderam até os fanáticos torcedores.

A pedra no sapato

O acesso estava mais próximo. O mando de campo intimidava. Até a terceira e última fase, o Fantasma estava invicto em casa. No último obstáculo, o grupo J reunia os humildes Operário e Catuense, além dos poderosos Criciúma e Atlético-PR. Apenas uma equipe subiria à série A. No primeiro turno, empolgação total. Nas três partidas, cinco pontos ganhos e liderança dividida da chave com o Atlético.

Porém, no primeiro jogo do returno, um choque. Em Santa Catarina, o Tigre goleou por 5 a 1 e complicou os paranaenses na luta pelo acesso. Na partida seguinte, ainda atordoado, derrota por 3 a 1 para a Catuense e fim de esperança.

A rodada final só serviria para a manutenção da invencibilidade jogando em casa e para o orgulho do Operário: vitória sobre o Atlético-PR por 2 a 1. Era o último jogo de uma campanha maravilhosa. O Operário era o quinto melhor time da Série B. Um dos melhores da nação.

Agora, o objetivo é do Fantasma é assombrar a série D. Será que é possível?

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