Houve um tempo em que o Sunderland impunha respeito. O time da região nordeste da Inglaterra foi um dos responsáveis pela solidificação do esporte nos primórdios da liga inglesa, tornando-se um esquadrão forte durante a era amadora e conquistando o título inglês em seis oportunidades, a última delas em 1936. Mas o presente não lembra nem de longe esse momento de glórias.
Rebaixado para a segunda divisão na temporada passada após anos de campanhas pífias, os Black Cats vêm mostrando esse ano que ainda não se recuperaram do baque. Basta um mero olhar para a tabela: a equipe somou míseros 11 pontos nos 18 jogos disputados até agora pela Championship, ficando na lanterna entre os 24 participantes.
Em termos de elenco, o Sunderland não fica tão atrás dos seus adversários na segunda divisão quanto a classificação diz. Uma mistura de jogadores experientes, como os irlandeses McGeady, Gibson e O’Shea (com os últimos tendo atuado pelo Manchester United por várias temporadas), com atletas promissores, casos de Lyndon Gooch e Didier N’Dong. Mas o time não vem dando liga.
A explicação pelo fracasso passa, principalmente, por um dado assombroso: O Sunderland ainda não venceu nenhum jogo em casa em 2017, contando o segundo turno da última Premier League e a atual edição da segunda divisão. Foram 21 jogos no Stadium of Light, com 12 derrotas e nove empates até o momento.
A única vitória do Sunderland pela Championship aconteceu fora de casa, contra o Norwich, em agosto. Ou seja, já são três meses sem vitória para uma torcida que já teve que lidar com a tristeza de um rebaixamento recente, além de ver o grande rival Newcastle conquistar o acesso à divisão principal na temporada passada.
No início de novembro, após diversos protestos da torcida, o americano Ellis Short, proprietário do clube, admitiu o momento difícil e não garantiu a chegada de reforços de peso na próxima janela. Além disso, cravou que não tem interesse de repassar o comando do time.
Enquanto isso, a equipe segue com a sina de derrotas. A última delas foi nesta terça (21), um 2×1 para o Aston Villa sem dar muitos indícios de melhora. Para os fãs que acreditam em superstições, o fato do mascote do clube ser um gato preto pode explicar o momento desastroso. Para quem prefere acreditar no campo, a explicação pode ser mais complicada, sem respostas fáceis. Mas uma coisa é certa: seguindo esse caminho, o Sunderland será mais um clube de enorme tradição a ser relegado para as páginas do passado.