Os clubes holandeses já estão acostumados com a imposição natural de perder os seus principais destaques após o fim da temporada, situação semelhante pela qual passam os clubes brasileiros.
Para esta temporada, uma equipe, em especial, passa por essa dificuldade. O atual campeão holandês PSV perdeu, simplesmente, o grande jogador holandês da atualidade: Memphis Depay.
Apesar de a negociação trazer quase R$ 100 milhões aos cofres, a preocupação dos torcedores em torno do futuro da equipe seguia (e segue) grande. Porém, o ótimo Cocu, hoje treinador do time, consegue manter um padrão de jogo interessante.
Contando com uma espinha dorsal sólida e com Andres Guardado em fase excepcional, o clube contou com a sorte (competência) de ser cirúrgico no mercado de transferências. Sem sair do conceito de revelar grandes jogadores, ou seja, trazer muitas promessas para evoluir e desabrochar no próprio clube, o PSV trouxe dois reforços pontuais.
Para diminuir ainda mais a média de idade da equipe, que chegou a ser de pouco mais de 21 anos em muitos jogos da temporada, a diretoria resolveu trazer dois jovens jogadores. Maxime Lestienne, 23 anos, veio por empréstimo do Al-Arabi. O atacante belga pode fazer a mesma função de Depay e conta com a habilidade a seu favor.
A outra contratação foi de Gáston Pereiro. Ainda pouco conhecido na Europa, o jovem uruguaio de 20 anos é tratado como joia há tempo no futebol sul-americano. Meio-campista de raro talento e visão de jogo, assemelha-se, devidas guardadas proporções, a Paulo Henrique Ganso do começo de carreira.
A falsa lentidão confunde os adversários. O camisa 10 tem capacidade para jogar mais adiantado e aproveitar a letalidade da sua finalização potente. Destaque do Sul-Americano Sub-20 deste ano, sendo considerado por muitos como o melhor jogador da competição, ele ajudou o Uruguai a terminar com o vice-campeonato no torneio.
A genialidade ao decidir em poucos toques também foi vista no Mundial Sub-20. Aliando bom passe, visão de jogo e ótima finalização, as chances de o jogador evoluir no futebol holandês são grandes.
Com maior dinamismo e velocidade, tem tudo para ser uma espécie de Rivaldo uruguaio. Aliás, no país de origem, é comparado a Sócrates pela classe e estilo de jogo. Elegância em forma de atleta.
No Nacional, apesar do pouco tempo, fez 39 partidas e marcou 11 gols. Média excelente para um jogador de meio-campo. A tranquilidade na frente do gol talvez traduza tal facilidade de marcar.
Na chegada ao PSV, recebeu a camisa 7, anteriormente utilizada pelo ídolo da torcida Memphis Depay. A responsabilidade é grande, ainda mais por ter características diferentes. É necessário ter paciência para a evolução do jogador.
Para se ter ideia do tamanho do potencial de Gáston, logo na estreia contra o rival Ajax, fora de casa, marcou dois gols de raro talento. Foi o suficiente para apresentar as credenciais para ser ídolo. Talvez até para ser um dos melhores jogadores do mundo. Pereiro pode ser o craque que aparenta nos dias de hoje.