Clássico é clássico em qualquer lugar do mundo, seja uma simples ocasião comemorativa, seja uma mera partida das categorias de base. Esse conceito elementar do futebol se aprende desde cedo. Que o digam os atletas do Juventus e da Portuguesa, adversários na tarde deste sábado (14), na sempre charmosa Rua Javari, pela segunda rodada do Campeonato Paulista Sub-20.
No tradicional Derby dos Imigrantes, o Moleque Travesso buscava se reabilitar da derrota na estreia para o Grêmio Osasco, que atuou em Indaiatuba e o superou por 2 a 0. Já a Lusa debutou em casa diante do Grêmio Barueri e ganhou pelo mesmo placar, tentando assim manter a invencibilidade e alcançar a liderança do grupo 4, composto por 11 times.
No primeiro tempo, porém, só deu Juventus. Orientado pelo técnico Alexandre Moraes, o anfitrião dominou completamente o rival e já vencia por dois gols logo aos cinco minutos de jogo, graças a uma cabeçada certeira de Vinicius e a um pênalti convertido por Luccas. Aos 28, Marzochi aproveitou para deixar a vantagem local ainda mais folgada.
Com mudanças feitas antes do intervalo, a Portuguesa de Paulo Rogério Alves, o Tico, ex-jogador do clube, reagiu na etapa final com Bruno. Os visitantes passaram a jogar melhor.
E clássico é sempre clássico, em qualquer categoria. Pouco depois do gol, o juventino César foi expulso ao atingir com um pontapé na disputa de bola o lusitano Kaique, que revidou o golpe e também viu o cartão vermelho, mostrado pelo árbitro José Claudio Ribeiro da Silva.
Houve confusão generalizada, empurra-empurra e muito bate-boca. No meio dessa grande desordem e entre os gritos de protesto dos poucos torcedores que compareceram ao estádio no bairro da Mooca, a maioria familiares e amigos dos jogadores, ocorreram mais duas expulsões. No caso, Dener (Juventus) e Thauan (Portuguesa), que se desentenderam de maneira ríspida e foram mandados para fora de campo.
Com 9 homens de cada lado, o jogo ficou bem aberto. Em pouco tempo, Vinicius descontou para os visitantes (3×2) e incendiou o encontro. A Lusa pressionava e levava perigo – sem resultados. O balde de água fria veio com um contra-ataque e o tento de Matheus (4×2). Com cinco minutos de acréscimo, Bruno ainda voltou a descontar para a Portuguesa (4×3) e alimentou o sonho do empate, mas a reação acabou aí.
Sete gols, sete cartões amarelos e quatro vermelhos. Um clássico de gente grande, repleto de emoção, disputado por garotos sub-20. As próximas gerações parecem estar bem encaminhadas no quesito rivalidade, ao menos nas colônias portuguesas e italianas de São Paulo.
