As melhores participações de mexicanos na Libertadores

As melhores participações de mexicanos na Libertadores

Relembre os times do México que chegaram longe na competição sulamericana

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Longas viagens, clubes desinteressados, cultura futebolística diferente… Não faltam motivos para críticas à participação de times mexicanos na Copa Libertadores. Só que todas essas razões parecem não dizer muito à Conmebol, que, visando a inserção em um dos mercados mais promissores, mantém o convite aos clubes do México ano após ano, desde 1998.

Em 2015, a bola da vez do país é o Tigres, que trouxe reforços inesperados (como o francês Gignac, artilheiro do campeonato local) e tenta conquistar o primeiro título mexicano na história do torneio continental, iniciando as semifinais contra o Internacional nesta quarta-feira (15). Caso chegue à decisão, por conta do regulamento, não poderá fazer o segundo jogo em casa, mesmo com a melhor campanha entre os times restantes.

O time de Nueva León também vai ter de lutar contra o desagradável clichê destinado a mexicanos em competições internacionais de “jogar como nunca e perder como sempre”. Outros clubes de lá tentaram o mesmo, e sempre bateram na trave. Relembre alguns times que chegaram longe no certame “quase” sul-americano.

América

O clube da capital já incomodou várias vezes na Libertadores. A primeira foi em 2000, quando o ataque comandado por Cuauhtémoc Blanco e o argentino Calderón (autor de 9 gols no torneio) levou o América até as semis, contra o poderoso Boca Juniors.

Na partida de ida, 4×1 para os argentinos em La Bombonera. Na volta, o América chegou a fazer 3×0, placar que o garantiria na decisão. Mas um gol de Walter Samuel nos minutos finais acabou com o sonho azteca naquela edição.

Dois anos mais tarde, o América repetiria o desempenho. Com o chileno Ivan Zamorano no ataque e o treinador Manuel Lapuente no banco, a equipe caiu novamente na semifinal, desta vez para o São Caetano. Duas derrotas – 2×0 no Anacleto Campanela e 1×0 no Azteca – deixaram o time outra vez no quase.

Cabañas foi destaque em 2008 (Foto: América/Divulgação)
Cabañas foi destaque em 2008 (Foto: América/Divulgação)

Em 2008, mais uma chance de chegar à final. Com o gordinho Cabañas em grande fase, o clube reverteu nas oitavas um 4×2 aplicado pelo Flamengo no estádio Azteca com um 3×0 em pleno Maracanã. Nas quartas, outra vítima brasileira, o Santos, que perdeu por 2×0 no México e não conseguiu mais que 1×0 na Vila.

Na semifinal, o América pegaria a LDU de Quito, um adversário que até então parecia acessível. No entanto, os equatorianos arrancaram um empate por 1×1 fora de casa, e aproveitaram a regra do gol qualificado para segurar o resultado sem gols em seus domínios para chegar à decisão, fase em que bateriam o Fluminense.

Chivas

O Chivas é outro exemplo de clube que incomoda com frequência na Copa Libertadores, além de ser frequente rival de times brasileiros na competição. Mas o clube de Guadalajara tem motivos para não guardar boas lembranças do Brasil.

Em 2005, por exemplo, o time de Omar Bravo e Adolfo Bautista chegou a eliminar o Boca Juniors nas quartas de final com direito a um 4×0 no estádio Jalisco. Com o resultado, chegou com status de favorito na semifinal contra o Atlético Paranaense.

Mas a Arena da Baixada tornou-se um caldeirão, e os mexicanos não suportaram a pressão no jogo de ida. Os 3×0 para o Furacão praticamente liquidaram a fatura logo na ida. No segundo jogo, empate por 2×2 que garantiu os paranaenses na final contra o São Paulo.

No ano seguinte, o clube de Guadalajara manteve a base e repetiu o desempenho, desta vez encarando o São Paulo na semifinal. Rogério Ceni marcou de pênalti o gol da vitória tricolor no Jalisco. No Morumbi, o Chivas teve a chance de igualar o agregado, mas Ramon Moralez desperdiçou um pênalti. O time paulista não bobeou mais, aplicando um 3×0 para chegar na final.

Em 2010, os mexicanos acabaram entrando diretamente nas oitavas de final, já que em 2009 haviam se classificado para essa fase mas abandonaram a disputa por conta do surto da Gripe H1N1. O Chivas soube aproveitar-se da vantagem, eliminando Vélez, Libertad e Universidad de Chile para encarar o Internacional na decisão.

E mais uma vez os brasileiros destruíram as chances mexicanas de título. Em Guadalajara, o Inter fez 2×1 com gols de Giuliano e Bolívar. No Beira-Rio, o Chivas chegou a assustar, abrindo o placar com gol de Fabián. Mas o Colorado virou para 3×1 no segundo tempo para comemorar o bicampeonato. Nos acréscimos, Omar Bravo ainda descontou, mas de nada adiantaria.

Cruz Azul

O Cruz Azul de Palencia enfrentou o Boca na final de 2001 (Foto: Conmebol/Divulgação)
O Cruz Azul de Palencia (à direita) enfrentou o Boca na final de 2001 (Foto: Conmebol/Divulgação)

O clube de “Los Cementeros” foi o mexicano que chegou mais perto do título, e talvez até merecesse melhor sorte na edição de 2001 da Copa Libertadores. Após uma boa campanha na primeira fase, o time eliminou o Cerro Porteño-PAR após uma derrota em Assunção (2×1) e vitória em casa (3×1), nas oitavas de final.

Nas quartas, um adversário mais temido: o River Plate de Ortega, Saviola e Cardetti. Depois de segurar o 0x0 no Monumental de Nuñez, o Cruz Azul aplicou um sonoro 3×0 no estádio Azteca, com grande atuação do astros Palencia e Cardozo.

Mais um argentino, o bom time do Rosario Central, seria o adversário nas quartas de final. Mais uma vez a dupla de ataque resolveu no México, com cada um marcando um gol e garantindo o 2×0. O jogo de volta mostrou um empolgante 3×3, que classificou os mexicanos para a final.

E mais uma vez um argentino no caminho do time azul. Desta vez seria o Boca Juniors, de Riquelme e Delgado, que havia eliminado Vasco e Palmeiras nas fases anteriores.

Como se já não bastasse a força do rival, o Cruz Azul teve de enfrentar um erro grave do árbitro brasileiro Márcio Rezende de Freitas, que deixou de marcar um pênalti claro sobre Palencia já no segundo tempo do jogo de ida, no México. Cinco minutos depois, Delgado fez o gol da vitória do Boca.

Mas na Argentina os mexicanos surpreenderam, devolvendo o placar com mais um gol do artilheiro Palencia. O resultado levou a disputa para os pênaltis, e a experiência argentina falou mais alto: 3×1 para os donos da casa. Fim do sonho mexicano.

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