Hegemônico na Argentina, Boca tenta superar feridas recentes em mata-mata

Hegemônico na Argentina, Boca tenta superar feridas recentes em mata-mata

Equipe de Guillermo Schelotto é dominante nos pontos corridos, mas peca em jogos eliminatórios

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Guillermo Barros Schelotto
Guillermo Schelotto tem a missão de levar o Boca Juniors longe nesta Libertadores (Foto: Reprodução/CABJ)

A despeito da relativa fragilidade na disputa de copas, o Boca Juniors de Guillermo Barros Schelotto continua em situação, digamos, bastante tranquila e favorável na Superliga Argentina. Com a vitória agônica por 2 a 1 sobre o vice-líder Talleres, no último domingo (1), em La Bombonera, os xeneizes aumentaram para nove pontos sua vantagem na liderança, faltando apenas seis rodadas para o término do certame nacional.

Desde que assumiu o comando do clube azul e ouro, em março de 2016, “Mellizo” Schelotto, porém, tem tido problemas para lidar com esse quadro dicotômico onde sua equipe aparenta sofrer de um transtorno dissociativo de identidade – a famosa dupla personalidade. É como se o “chip” mudasse dependendo da natureza da competição. Nos pontos corridos, domínio absoluto. Em jogos de eliminação direta, repetidos infortúnios.

Se por um lado o Boca Juniors lidera o futebol hermano há assustadores 478 dias – assumiu a condição ao ganhar o Superclássico por 4×2, em 11 de dezembro de 2016, em pleno Monumental de Núñez – e caminha a passos firmes rumo ao bicampeonato, por outro, quando se trata de instâncias de mata-mata, o escrete portenho vem amargurando experiências negativas, como demonstram os números a seguir.

Em 2016, houve a eliminação em casa para o surpreendente Independiente del Valle na semifinal da Libertadores. Na Copa Argentina, vieram duas quedas seguidas frente ao Rosario Central, nas quartas e nas oitavas de final de 2016 e 2017, respectivamente. Na sequência, ocorreu o doloroso vice diante do River Plate na edição de 2017 da Supercopa Argentina, realizada, por problemas de calendário, somente em março passado.

Resumidamente, os xeneizes somam quatro insucessos recentes em torneios de caráter eliminatório. Isso sem falar que o time de Schelotto, atravessando um momento de instabilidade durante a reformulação do campeonato doméstico, sequer logrou uma vaga continental na última temporada. Enfim, o que gera o abismo entre sua campanha nos dois tipos de torneio? Só a postura em campo é o bastante para explicá-lo?

Sem sombra de dúvida, o elenco azul e ouro é bastante qualificado para trilhar o caminho da glória, afinal, sustentar a liderança na liga nacional por tanto tempo requer muitos acertos e ainda mais virtudes. Um exemplo disso é que na campanha do título em 2016/17 o Boca só perdeu três vezes em 30 jogos. Na atualidade, soma o mesmo número de revezes em 21 duelos. Antes disso, vencera também a Copa Argentina, em 2015.

Se pararmos para analisar o histórico do comando técnico, veremos Schelotto ganhou a Copa Sul-Americana à frente do Lanús em 2013. Ou seja, ambos, clube e treinador, têm experiências recentes bem-sucedidas nos pontos corridos e no mata-mata. Portanto, a solução agora é, de alguma forma, reencontrar a tão buscada fórmula do sucesso.

Há 10 anos do último êxito internacional, cresce dentro do Boca Juniors a pressão pela reconquista da Libertadores, sobretudo devido à perda da Supercopa para o rival de toda a vida. O próprio presidente da instituição, Daniel Angelici, exigiu a cobiçada taça para “salvar a temporada”. Em ambientes tensos, porém, é difícil cumprir os objetivoss. Resta aguardar para ver se desse cenário sairá um belo diamante ou apenas cinzas.

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