A perseguição do Manchester City para alcançar a taça da Champions League ganha mais um capítulo nesta temporada. Até o momento, o cenário é positivo: classificação quase garantida para as quartas de final, após ser líder do grupo que tinha a Juventus.
Porém, engana-se quem pensa que o City jamais alcançou a glória continental. Em 1970, os ingleses conquistaram a extinta Taça das Taças, torneio importante à época, e contava com os campeões das taças nacionais de seus respectivos países.
Para fechar a década mais vitoriosa do clube – até a chegada do milionário Mansour – o lado azul de Manchester comemorou o importante título. Após as conquistas do Campeonato Inglês na temporada 1967-68, a segunda do clube, e a Copa da Inglaterra em 1968-69, quarto troféu, o troféu internacional veio para consagrar a era azul.
Sob comando do técnico Joe Mercer, Francis Lee, Neil Young e Collin Bells lideraram o City a um título muito comemorado. Dentro de uma equipe que batia de frente com o rival United, as lideranças técnicas empolgavam o lado azul da cidade.
E para coroar os três anos dourados, o destino era a bela Viena. A campanha até a final foi irretocável. Foram 20 gols marcados em oito jogos, com apenas cinco gols sofridos.
O auge da equipe naquela temporada era notório. O amadurecimento do trio ofensivo e o auge de uma equipe que, no mesmo ano, havia conquistado a Copa da Liga.
Francis Lee, com 26 anos, o mítico Collin Bell, de 24, e o clássico Young, com 26, eram a esperança de gols de Joe Mercer. Porém, a preocupação do técnico era a defesa.
Do outro lado, Włodzimierz Lubański. O camisa 10 polonês era o grande jogador do Górnik Zabrze. Com mais de 100 gols, o atacante era a liderança técnica da surpreendente equipe. O grande ídolo do time.
Para a mídia inglesa, Włodzimierz Lubański era uma espécie de Eusébio polonês, tamanha a qualidade do atacante. E George Heslop, grande defensor, foi o responsável pela marcação individual de Lubański.
Em campo, a conquista europeia do City veio diante de muita chuva, que prejudicou os quase 10 mil torcedores que estavam no Prater Stadium.
Logo no início do jogo, Lee fez grande jogada pela esquerda, chutou com força e viu, no rebote do goleiro, Young abrir o placar para os ingleses.
O gol facilitou o caminho do City. Ainda mais porque Lee fazia grande partida. O melhor jogador da final marcou aos 43 minutos do primeiro tempo o segundo gol. De pênalti, não deu menor chance ao goleiro adversário.
No segundo tempo, debaixo de muita chuva, coube ao capitão Stanisław Oślizło, do Górnik Zabrze, marcar o gol que deu esperanças e gás à partida.
Porém, o título estava indo para a Inglaterra. E com muita chuva. A água seguia caindo e se juntava à emoção sentida por cada torcedor do City, que enfim soltou o grito de campeão europeu.
O capitão Tony Book ergueu o troféu embaixo de um guarda-chuva. Cena simbólica de uma final chuvosa e emocionante. Era o início de uma rivalidade curta com os poloneses. Era o fim do ciclo vitorioso da grande geração da história do Manchester City antes da chegada de Mansour.