Enquanto 20 seleções europeias aproveitam a data FIFA para fazer amistosos e desfrutar de sua condição como garantidas na Euro 2016, outras oito vivem a tensão de brigar em jogos de mata-mata para definir, enfim, quem preencherá as vagas restantes para o torneio.
A partir desta quinta (12), serão quatro duelos que vão concentrar a atenção de todos os amantes de futebol no continente europeu, com times que podem retornar à competição depois de longas ausências, favoritos buscando afirmação e até mesmo um craque tentando evitar ficar de fora de um grande torneio, mais uma vez.
Para te deixar por dentro do que pode acontecer nesses confrontos, o Alambrado traz um Raio-X com os detalhes sobre cada seleção que tenta confirmar sua ida à França em 2016. Confira:
Hungria x Noruega
Ida: 12 de novembro – Ullevaal Stadion, Oslo
Volta: 15 de novembro – Groupama Arena, Budapeste
Um duelo equilibrado, com duas seleções que tem um desejo parecido: voltar a ser peça integrante do cenário das grandes competições internacionais.
A Noruega não disputa a Euro desde a edição de 2000, quando a geração de Flo e Rekdal foi eliminada na primeira fase. A Hungria, outrora uma das potências do futebol mundial, teve a Copa de 1986 como sua última grande aparição. São 44 anos sem disputar uma Eurocopa.
Em comum também está o modo como chegaram à repescagem, batendo na trave da classificação direta. A Noruega perdeu o segundo posto do Grupo H na última rodada, ao tomar uma virada da Itália e perder a vaga para a Croácia. Já a Hungria era a principal favorita a se classificar como a melhor terceira colocada, mas perdeu o último jogo contra a Grécia, em péssima fase.
Os húngaros tem um time com condições técnicas um pouco melhores. Os meias Dzsudzsák e Lovrencsics dão velocidade e ritmo, munindo o atacante Németh, esperança de gols da equipe. Lá atrás, o goleiro Kiraly tenta compensar a falta de agilidade com liderança em campo.
Já a Noruega se apoia na força do meio de campo, comandado pelo volante Tettey, do Norwich City-ING. Suas subidas ao ataque são a principal arma da equipe, junto com a criatividade do armador Henriksen e o oportunismo de Marcus Pedersen. Inicialmente no banco, a jovem estrela Martin Odegaard, do Real Madrid, pode ser uma carta na manga.
Difícil cravar um prognóstico para o confronto, mas por contar com um número maior de opções e decidir a vaga em casa, a Hungria parece ter uma ligeira vantagem.
Irlanda x Bósnia-Herzegovina
Ida: 13 de novembro – Bilino Polje, Zelica
Volta: 16 de novembro – Aviva Stadium, Dublin
Seleções com perfis bastante diferentes, assim como suas trajetórias nas eliminatórias até aqui. A Bósnia foi sorteada em um grupo bastante acessível, que tinha apenas a Bélgica como força destacada, mas acabou perdendo a vaga direta para o País de Gales.
Já a Irlanda não teve vida fácil dese o princípio, caindo em um grupo forte com a Alemanha campeã do mundo, o emergente time da Polônia, além dos vizinhos da Escócia. Apesar de lutar bravamente e até conseguir superar os alemães em casa, os irlandeses sucumbiram no confronto direto com a Polônia na última rodada.
Para conseguir disputar a Euro pela segunda edição seguida, a Irlanda se apoia em um estilo de jogo adepto do “kick and run” popularizado pelos ingleses no passado. Em geral, os lançamentos procuram o atacante Shane Long e o grandalhão Walters, que passa (muito) longe de ser craque, mas tem força para brigar com a defesa adversária. O’Shea, Whelan e Coleman dão as cartas no sistema defensivo.
A Bósnia, por outro lado, tem uma tática mais cadenciada, muito por conta do perfil dos principais jogadores da equipe, que tentam controlar mais a bola. A estrela, mais uma vez, é o centroavante Dzeko, juntamente com Pjanic, da Roma. Mesmo com esse estilo em tese mais vistoso, a Bósnia não agradou na Copa de 2014, e em alguns momentos dá a impressão de ser um time que já passou do ponto.
Por ser um time mais vibrante e acostumado a grandes confrontos, a Irlanda tem mais chances de conseguir a vaga.
Eslovênia x Ucrânia
Ida: 14 de novembro – Arena Lviv, Lviv
Volta: 17 de novembro – Ljudski vrt, Maribor
Mais um duelo com seleções de perfis distintos. Enquanto a Eslovênia ainda tem como principais destaques jogadores mais rodados, remanescentes da Copa de 2010, a Ucrânia vem com uma leva de jovens jogadores que tentam sair da sombra dos times anteriores, que jogavam em torno de Shevchenko.
A Eslovênia fez uma campanha razoável, marcando 16 pontos em um grupo que deu vagas diretas a Inglaterra e Suíça. A equipe mesclou bons momentos com apagões inexplicáveis, como na derrota por 3×2 para a Suíça em Basel, depois de estar vencendo por 2×0 até os 35 minutos do segundo tempo.
O meia Birsa é bastante técnico e dita o ritmo da produção ofensiva, tendo como principal parceiro o produtivo Ilicic, da Fiorentina. No ataque, a referência é o veterano Novakovic, enquanto a defesa conta com o ótimo goleiro Handanovic, da Internazionale.
Na Ucrânia, a maior preocupação é como transformar a enorme produção de jogadas no ataque em gols. Foi um problema visto e sentido claramente no duelo da última rodada, contra a Espanha, onde os ucranianos foram pra cima e perderam chances incríveis.
O time é comandado pelos habilidosos meias Yarmolenko e Konoplyanka, coadjuvantes na Euro 2012 que agora vivem seu auge pela seleção. Podem ser uma arma importante atuando nas beiradas do campo e abrindo espaços para o atacante Kravets. O experiente volante Ruslan Rotan é o termômetro da equipe.
Em termos técnicos, a Ucrânia leva vantagem no duelo, mas precisará construir uma boa vantagem no jogo de ida, em seus domínios, para encaminhar a vaga.
Dinamarca x Suécia
Ida: 14 de novembro – Friends Arena, Solna
Volta: 17 de novembro – Telia Parken, Copenhagen
Com certeza o confronto mais esperado desta repescagem. Tanto pelo equilíbrio técnico como pelo histórico em grandes competições e a rivalidade local na Escandinávia, Dinamarca e Suécia têm tudo para fazer os jogos mais atrativos em busca da vaga.
A Suécia brigou ponto a ponto com a Rússia pela vaga direta no Grupo G, mas a derrota no confronto direto em Moscou fez a diferença. O time é bastante experiente, o que pode ser favorável em um confronto tenso como esse, mas a média de idade elevada traz claros efeitos no fôlego da equipe.
A começar pela principal estrela, o craque Zlatan ibrahimovic, que marcou 8 gols até agora nas eliminatórias. Aos 34 anos, Ibra já não consegue manter um ritmo acelerado durante a partida inteira, mas continua letal como sempre. Depois de perder a Copa de 2014, essa pode ser a última chance da estrela disputar um grande torneio.
A base da defesa é pesada, com Lustig e Granqvist no miolo sofrendo para marcar ataques mais velozes. A parte criativa também conta com veteranos, como os meias Kim Kallstrom e Sebastian Larsson.
Na Dinamarca, o temor maior vem justamente no ataque, que tanto marcou a célebre “Dinamáquina”. Nos últimos 3 jogos a equipe não marcou nenhum gol, jogando contra Albânia, Armênia e Portugal, o que custou uma vaga direta que parecia quase certa.
Apesar do desempenho ruim, há esperança de melhora, já que o time conta com bons nomes do meio para a frente. Eriksen, Andreasen, Krohn Dehli e até mesmo o jovem Sisto podem criar boas opções se entrarem mais na área, e os atacantes Fischer e bendtner podem voltar a fazer a diferença.
A defesa é mais confiável, com Agger, Kjaer e Jacobsen dando a segurança necessária para exigir pouco do goleiro Kasper Schmeichel.
De um lado, um conjunto forte tentando alcançar o máximo de seu potencial. Do outro, um elenco experiente com uma estrela bem destacada e motivada. Palpite difícil, que gira em torno da forma de Ibrahimovic. Com ele bem, dá Suécia.