Chegamos ao fim de mais um Campeonato Brasileiro, e como já é tradição aqui no Alambrado (2016, 2017), é hora de reunir os principais dados estatísticos da Série A nacional. Vale a pena comparar com os números anteriores para observar a evolução/regularidade de alguns jogadores.
Os dados foram retirados do site WhoScored, e os critérios de desempate são: menor número de jogos para estatísticas totais, maior número de jogos para médias por jogo. Há também um número mínimo de jogos para que os atletas entrem na conta, que é a média de minutos jogados por cada atleta na competição. Confira:
Ataque
Predominam na lista os jogadores de defesa ou cabeças-de-área, cujos passes são menos arriscados que os dos jogadores mais avançados. Algo natural, mas que evidencia a falta de repertório ofensivo dos times brasileiros: o detestável toca-toca entre zagueiros, laterais e volantes, sem muita objetividade.
Líder no quesito, Dudu obteve nada menos que o dobro do segundo colocado, Yimmi Chará. O atacante palmeirense é, definitivamente, o maior garçom da liga brasileira na atualidade. Sua regularidade vem de anos anteriores.
Destaque também para De Arrascaeta e Luan, atletas com baixo número de jogos, mas elevado número de assistências.
O scout engloba assistências e passes que resultaram em finalização. Luan lidera com folga, Dudu e De Arrascaeta figuram na lista, assim como os veteranos Diego e Jadson.
Leo Valencia mostra novamente porque é um dos mais subestimados jogadores do último Brasileirão. O chileno aparece em três top-10 selecionados pelo Alambrado.
Everton, destaque do Grêmio na temporada, não tem medo de arriscar. Sua média elevada é bastante superior a de artilheiros como Gabriel e Ricardo Oliveira, embora os dois principais goleadores do torneio ainda assim figurem entre os dez jogadores que mais chutaram a gol a cada jogo.
Everton novamente dribla seus rivais, com uma média bem alta. Para efeito de comparação, o líder no quesito do Brasileirão passado foi Hernanes, então no São Paulo, com uma média de 2.7 e vários jogos a menos – o veterano chegou na metade da temporada.
Dudu e Romero cada vez mais se consolidam como os jogadores menos populares entre a boleiragem brasileira. Muito por maldade dos defensores, muito também por simulações. A sorte de Dudu, no entanto, é que na próxima temporada seus adversários terão que dividir as bordoadas com Zé Rafael, caso continue no Palmeiras.
O fato de Everton não constar nesta lista é bastante significativo, já que é o maior driblador do futebol brasileiro. Ou seja, seus dribles são bastante efetivos.Não podemos dizer o mesmo de Luan, Zé Rafael e Patrick.
Defesa
Se dependesse dos números, Marcos Rocha seria considerado o melhor lateral direito do Brasileirão, e não seu companheiro Mayke. O veterano lidera não apenas os desarmes, como também as interceptações, como verá logo abaixo.
Destaque também para Cuellár, com um número que justifica sua tardia afirmação no Flamengo em 2018.
Aqui o destaque é o Inter: três de seus jogadores no top 10 de interceptações de passe. Isso mostra o forte desempenho coletivo da defesa colorada ao longo do ano, talvez o grande pilar da equipe de Odair Hellmann.
A maior parte dos representantes estavam em times que brigaram contra o rebaixamento em 2018, aparentemente tentando se livrar da degola na base do chutão. Deu certo para alguns, para outros não. O melhor exemplo é o Botafogo, nono colocado no torneio, sem que a sua dupla de zaga fizesse cerimônia na hora de afastar o perigo.
A raça mostrada pelo Ceará na segunda metade do Brasileirão está representada por Luiz Otávio e Valdo, que no mínimo salvavam uma vez seu time de uma chance perigosa a cada jogo. Lisca Doido sabe motivar o seu time.
O Bahia foi um dos times mais faltosos no torneio, com três jogadores com média elevada de faltas. A estratégia de Enderson parece clara: perdeu a bola ou foi driblado? Faça a falta.
Muito dos principais desarmadores do Brasileirão também estão entre os que mais são driblados. O que é natural, já que isso significa que esses atletas se arriscam mais na hora de tentar recuperar a bola. Valeria a pena um índice de eficiência mesclando as duas categorias. Isso se já não existir nos scouts mais avançados.
Aqui está a prova de que nem sempre dá para acreditar nos números. Danilo Avelar lidera não porque é eficiente na bola parada defensiva ou ofensiva, mas porque Cássio costumava cobrar tiro de meta em sua direção, aproveitando seu 1,85m de altura. Foi a solução encontrada pela comissão técnica, já que a equipe entrava em campo sem jogadores altos do meio pra frente, na maioria dos jogos.
O mesmo vale para Diego Souza e Kieza, embora em menor grau.
Beneficiado pela convocação de Cássio para a Copa do Mundo, Walter manteve uma média altíssima de defesas por jogo e definitivamente aproveitou a oportunidade, mostrando que o Corinthians é um dos poucos clubes que pode se gabar de ter dois bons goleiros.