Uma década. Esse foi o período que o Club Atlético San Martín demorou para regressar à elite do futebol argentino. Somado ao tempo de espera aludido, o El Ciruja, ou Santo, como também é conhecido, ainda testemunhou a ascensão do Atlético Tucumán, que pela segunda vez consecutiva está na Libertadores. Mas agora o alvirrubro poderá medir forças diretamente com seu grande rival, algo que não ocorre na primeira divisão há 37 anos.
Assim, na próxima temporada voltaremos a presenciar o maior clássico da região norte do país, ocorrido pela última vez em 2013, na Copa Argentina. No retrospecto geral de 282 encontros, o Decano (100) tem vantagem de 6 triunfos sobre o San Martín (94), além de 88 empates. Mas ambos não se encontram na máxima categoria nacional desde 18 de outubro de 1983 , ocasião em que o alvirrubro levou a melhor, em casa, por 2×0.
Da data mencionada em diante, eles se enfrentaram duas vezes pelo torneio do interior (1987), duas pela terceira divisão (2005 e 2006), uma pela Copa Argentina, como já mencionado, e anualmente pela segundona entre 1989 e 2001. Voltaram a fazê-lo em 2010 e 2011, e depois de 2013, era um clássico que só existia na memória. Até agora, quando terão a oportunidade de restaurar uma das grandes rivalidades hermanas.
Para recuperar a categoria, o quadro comandado pelo técnico Rubén Forestello, terceiro colocado na tabela final, precisou disputar o “torneio reduzido” com a finalidade de conquistar o segundo acesso, já que o primeiro fora obtido pelo campeão Aldosivi. No mata-mata, deixou para trás Villa Dálmine (3×3), Agropecuario (3×0) e, enfim, o Sarmiento, que havia ganhado como mandante por 1×0, mas perdeu por 5×1 na volta.
Nessa campanha, o destaque do San Martín foi o atacante Claudio Bieler, ex-LDU (sim, aquela LDU) e contratado recentemente junto ao Belgrano de Córdoba. O experiente jogador, de 34 anos, foi o terceiro maior artilheiro da segundona com 11 gols em 22 jogos. Além do poderio ofensivo, o El Ciruja também mostrou uma meta relativamente segura, defendida por Ignacio Arce, o que lhe rendeu um dos melhores saldos do torneio.
E pensar que essa jornada começou a ser trilhada há cinco meses, quando Forestello chegou para assumir a equipe, acompanhado do assistente Marcelo Franchini, os preparadores físicos Diego Burkhard e Leandro Ardengui, e o treinador de goleiros Alejandro Protti. Juntos, eles deram padrão a um time que sofria com irregularidades e hoje celebram um momento pra lá de especial. Agora, irão por mais.