Volte para o Brasil, Piazon!

Volte para o Brasil, Piazon!

Um resumo da carreira da ainda promessa Lucas Piazon

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Alguns potenciais grandes jogadores nunca desabrocham. Outros demoram e brilham quando todos se dão por esquecidos. A dificuldade em se firmar no futebol é tão grande que muitos somem sem nunca ter aparecido.

Cada vez mais, como já explicado neste site, os jovens passam a ser esperanças para os clubes e torcedores. Principalmente nos países sem tanto poderio econômico, este panorama é comum.

Alguns atletas rumam para a Europa sem sequer completar a formação completa. O Eldorado parece cada vez mais perto (e tão longe ao mesmo tempo). Lucas Piazon é dessas estrelas precoces que surgem nas categorias de base dos clubes brasileiros.

A joia de um quarteto mágico

Ex-integrante do famigerado CFA de Cotia, do Tricolor Paulista, Piazon chamou a atenção por onde passou e jogou quando jovem. No São Paulo, em 2009, fez parte do quadrado mágico formado por ele, Mirrai, Bruno Lamas e Ademílson. Uma das melhores equipes de base formadas recentemente no Brasil.

O time sub-15 do São Paulo era uma máquina de gols. E de títulos. Levou a Nike Cup internacional de 2009, considerado o mundial da categoria. No mesmo ano, fez uma final de grande nível com o Santos no Campeonato Paulista. Apesar de sair sem o troféu, o futebol apresentado pelo quarteto chamou a atenção.

Em especial o de Lucas Piazon. As passadas largas e de classe aliadas à fisionomia parecida com a de Kaká fizeram com que o jovem logo virasse atração. Naquela mesma temporada, foi o grande destaque brasileiro no Campeonato Sul-americano sub-15, anotando onze gols em sete partidas. Um retrospecto fantástico.

Naquele momento, o garoto do Paraná, ex-jogador do Atlético Paranaense e Coritiba, já estava na pauta dos grandes clubes europeus. A grande joia continuou a desfilar talento no São Paulo. Alternando nas funções de meia-ofensivo e atacante mais centralizado, o status só aumentava.

Definitivamente, gigantes europeus brigavam pelo atleta. Os dois mais próximos do acerto eram Juventus e Chelsea. Por diversas razões, além de uma proposta de sete milhões e meio de euros, o clube da Inglaterra levou o atacante. Uma oferta irrecusável.

Ainda em 2011, foi o grande líder da seleção brasileira nas disputas do Sul-americano sub-17 e no mundial da categoria. Apesar da expectativa, Lucas não brilhou como esperado. Mesmo assim, anotou quatro gols na Copa do Mundo.

Carreira na Europa

Piazon chegou à Inglaterra com status de grande promessa do futebol mundial. Cercado de pompa, passou um período na equipe júnior dos Blues. Mesmo jovem, até participou de algumas partidas pela equipe principal. Nenhuma que tenha brilhado.

Como esperado, foi emprestado para ganhar experiência. Porém, o que não se imaginava é que não seria apenas um empréstimo. Em 2013, o bom Málaga, da Espanha. Após uma passagem ruim pelo clube espanhol, Piazon acertou com o Vitesse para a temporada 2013/14. Mais maduro, já com 19 anos, o desempenho foi melhor.

Na Holanda, foram onze gols e atuações convincentes. Mas a esperança de retornar para o time principal do Chelsea foi se apagando. Com um elenco muito forte e grande jogadores para o setor ofensivo, Mourinho decidiu liberar novamente a promessa.

Já com 20 anos, o destino seria outro país dessa vez. A forte Bundesliga era a chance de projeção. No Eintracht Frankfurt, a esperança era da afirmação do talentoso jogador. Porém, o rendimento foi abaixo do esperado. Muitas vezes, ficando no banco de reservas.

O que esperar do futuro?

As chances nas seleções de base também foram rareando. Longe dos Jogos Olímpicos 2016, Piazon integrou o elenco do Pan 2015, sendo, inclusive, reserva. Mesmo tão jovem, o receio de mais um talento ser desperdiçado é grande.

As dificuldades em achar a posição que renda melhor e a falta de adaptação completa ao futebol europeu pesam contra o jogador. Ao mesmo tempo, o talento, fator primordial, ainda pode ser visto durante as partidas. Nesta temporada, irá defender o Reading, equipe inglesa que disputa a Championship. Bom para o clube, porém e para ele?

O futuro de Lucas Piazon ainda está sob uma neblina forte. Quem sabe o sol não se abriria em uma possível volta para o Brasil. A caminhada está apenas começando. O sentimento é de poder mais. A volta ao país natal, uma saída.

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