Pressionada pela Globo, pelos clubes e até pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Federação Paulista de Futebol (FPF) foi obrigada a recuar e enxugar sua principal competição profissional entre clubes a partir de 2016.
Para isso, aumentou o número de rebaixados da Série A1 e diminuiu o número de promovidos da Série A2. E, para comportar os clubes que caírem da elite em 2017, teve de ampliar o número de despromovidos na segunda competição mais importante da entidade.
Isso gerou certa histeria entre os clubes, especialmente nas últimas semanas. Com seis clubes formando a zona de rebaixamento, a chance de cair para a Série A3 aumentou dramaticamente. E se já não é simples encontrar patrocínio na A2, isso só tende a piorar em uma divisão inferior. Surge um paradoxo nada saudável.
Por outro lado, os jogos da Série A2 nunca estiveram tão disputados e imprevisíveis como estão na edição atual. A luta para não cair simplesmente se tornou mais atrativa que a briga para alcançar a elite estadual.
A disputa está totalmente equilibrada. A diferença entre o último, 20º colocado, e o primeiro time fora da zona de rebaixamento, 14º, é de apenas quatro pontos. Restando oito rodadas, é plenamente possível que o lanterna Atlético Sorocaba e o 14º, o Paulista, troquem de posição.
Contudo, o clima de desespero na Série A2 é tão grande que a equipe de Sorocaba já estreou seu quinto técnico diferente nesta temporada, o rodado Márcio Bittencourt. Não adiantou. O Galo foi derrotado fora de casa pelo Velo Clube, por 1 a 0.
Antepenúltimo, o Penapolense também já trocou de técnico. Paulinho Kobayashi não resistiu às derrotas e acabou substituído por Evaristo Piza recentemente. Em queda livre, a equipe já acumula quatro tropeços seguidos.
O roteiro é parecido com o do Monte Azul. Mas com desfecho diferente. Na lanterna, Edson Só pediu demissão, chegou Wilson Jr. O novo técnico estreou com vitória sobre o Barretos, por 1 a 0, e subiu para o 18º lugar.
Já o Rio Branco tem sido um dos raros clubes a apostar na manutenção do técnico para a sequência do estadual. Com um time jovem em mãos, o novato Marcelo Bordon teve dificuldades no início do campeonato, mas ensaia uma volta por cima.
Na última rodada, venceu com autoridade o Penapolense em duelo direto na briga contra o rebaixamento. O triunfo e a boa atuação podem dar fôlego ao time de Americana para os próximos jogos.
Algo semelhante aconteceu com o Marília. Acumulando atuações irregulares e tropeços aqui e ali, a equipe recebeu o Paulista em casa no último sábado (5) e não se intimidou: 3 a 0 indiscutível, tirando pontos de um time que está fora do Z6.
A possível consolidação de Marília ou Rio Branco, contudo, ficará para esta quarta-feira (8). As duas equipes duelam em Americana-SP, e qualquer resultado diferente de empate pode fazer com que um dos times enfim deslanche na Série A2.
No Paulista, a situação é de alerta. A pesada derrota para o Marília deixou o Galo a um ponto do Independente de Limeira, primeiro entre os clubes da zona de rebaixamento para a Série A3 do Paulistão.
O revés freou uma tentativa de embalo por parte do time comandado por Beto Cavalcante, que havia vencido o Guarani fora de casa na rodada anterior. A chance para reabilitação estará diante da torcida nesta quarta (8), quando o Paulista recebe o Velo Clube. Só a vitória interessa. Um tropeço provavelmente recolocará a equipe no Z6.
Outro ameaçado, o Independente vive um ambiente conturbado. A diretoria não tem conseguido pagar os salários dos jogadores em dia, o que resultou em protestos recentes e queda de desempenho da equipe no campeonato.
Juventus e Votuporanguense correm por fora na luta contra o rebaixamento. As equipes vivem situação ambígua: podem tanto alcançar o G8 e sonhar com o acesso, como também tentar se afastar do fantasma do rebaixamento. Ambos com 14 pontos, estão a três da degola e a quatro da classificação.