O River Plate do Uruguai, cujas origens foram lembradas neste mesmo domínio em outra oportunidade, pode não ter a mesma projeção de seus conterrâneos Peñarol e Nacional no cenário futebolístico, mas a direção do clube darsenero tomou uma atitude de gigante.
A delegação charrúa optou por usar as vias terrestres para fazer o deslocamento de aproximadamente 600 km entre Montevidéu a Rosário, aonde chegou na noite da última segunda-feira (7) para disputar sua terceira partida na fase de grupo da Copa Libertadores, contra o Rosario Central, na quarta-feira (9), no Estádio Gigante de Arroyito.
Ao abrir mão do transporte aéreo e recorrer ao ônibus em sua inédita aventura no maior torneio do continente, o River Plate conseguiu economizar US$ 20 mil, quantia significativamente importante para uma instituição que não costuma movimentar cifras astronômicas – ao contrário de seus principais concorrentes na briga pelo título.
O que chama atenção, porém, é o destino do montante reservado, pois o clube do Uruguai decidiu investí-lo em suas divisões inferiores, segundo declarações do técnico Juan Ramón Carrasco ao programa Último al Arco, da rádio Sport 890, na semana passada.
“Vamos economizar US$ 20 mil, que em nosso entendimento deve ser destinado às categorias de base para melhorar algumas coisas da concentração. E nós vamos desfrutar de um ônibus de última geração, conversando, tomando mate e escutando música. Sairemos na segunda encostados para trás na cama e apreciando a paisagem. Será ótimo, uma experiência muito agradável”, havia dito o treinador.
Quem também avaliou a medida como positiva foram os próprios diretores do River Plate, que consultaram médicos e preparadores físicos para saber se era possível viajar desta forma sem sofrer maiores desgastes. Em entrevista ao Referí, caderno de esportes do jornal El Observador, o dirigente Ricardo García elogiou essa alternativa.
“Foi uma viagem perfeita, sem nenhum problema, em um leito de primeira linha com todas as comodidades, melhor do que na classe econômica de um avião. O trajeto levou umas 10 horas, tendo em conta que demoramos uma hora na fronteira e paramos para comer por uma hora e meia. Se vai de avião, com as conexões, demora mais ou menos o mesmo”, explicou García.
O único aspecto negativo foi o resultado da partida, vencida pelo time local por 4 a 1. Mas a adversidade foi minúscula se comparada à do Huracán. Em fevereiro, após o jogo contra o Caracas, pela fase preliminar da Libertadores, o ônibus que transportava a equipe argentina na Venezuela sofreu problemas com os freios e tombou enquanto se dirigia ao aeroporto, deixando três passageiros feridos – nenhum gravemente.