Ele está velho, mas não acabado. Em 2015, Ricardo Oliveira é o destaque do Santos, que vem se reerguendo no Brasileirão após um período de turbulências. No último domingo (30), o centroavante anotou um golaço que garantiu a vitória por 1 a 0 contra o Cruzeiro, fora de casa, e disparou na artilharia com 12 gols marcados.
Além disso, ele também foi o máximo goleador do Campeonato Paulista 2015 com 11 gols, torneio no qual seu clube sagrou-se campeão diante do Palmeiras.
Os números do jogador chamam a atenção, se levarmos em consideração sua idade: 25 gols em 44 jogos. Será que ele não poderia ser o 9 da seleção? Ou poderia ter sido o 9 que Adriano e Fred não foram?
Ricardo Oliveira foi revelado pela Portuguesa e despontou em 2001, quando marcou 14 gols em 24 jogos. Em 2003, foi contratado pelo Santos para a Libertadores e não decepcionou: artilheiro com 9 gols.
Como é difícil segurar um jogador no Brasil, em meados do mesmo ano ele acabou negociado com o Valencia-ESP, onde não brilharia. Porém, na temporada 2004/05, o centroavante transferiu-se para o Real Betis-ESP e fez 23 gols em 38 jogos.
Em 2006, ele retornaria ao Brasil por empréstimo ao São Paulo para disputar a Libertadores. Apesar de ter jogado pouco – 6 gols em 9 partidas – o atleta mostrava a eficiência de sempre.
O grande desafio de sua carreira seria o Milan, que o contratou para a temporada 2006/07. No entanto, a passagem foi um fracasso para o atleta, que teve seu rendimento prejudicado devido ao sequestro de sua irmã.
Ele chegaria a ser contratado pelo Real Madrid em 2007, mas em função de uma medida da FIFA, que impede jogadores de defenderem três clubes em uma única temporada, o negócio não se concretizou. Depois, o brasileiro passou por Zaragoza, retornou ao Betis e, em 2009/10, acertou sua transferência para o futebol árabe.
Isso acabou com as esperanças de quem gostava de seu futebol de vê-lo novamente na seleção brasileira ou em algum grande time europeu. Em 2010, Ricardo Oliveira ainda foi emprestado ao São Paulo, equipe pela qual fez 8 gols em 17 jogos.
De volta ao futebol árabe, onde ficaria por cinco temporadas, o atacante representou o Al Jazira em quadro delas e chegou a 75 gols com a camisa do clube. Em 2014, jogou pelo Al Wasl e foi artilheiro da Liga dos Campeões da AFC. Finalmente, retornou ao Brasil para defender o Santos.
Ricardo Oliveira possui quase 250 gols ao longo de sua carreira – e poderia ter mais, caso não fossem as lesões no joelho que o atrapalharam.
A de maior impacto ocorreu em novembro de 2005, quando atuava pelo Betis, durante partida contra o Chelsea-ING, pela Liga dos Campeões. O jogador rompeu os ligamentos do joelho e ficou fora da Copa do Mundo 2006, sendo substituído por Fred.
Após a lesão, o atleta viu outros centroavantes despontarem, como o próprio Fred e também Luís Fabiano. Este, inclusive, foi o homem de confiança de Dunga até a Copa de 2010, época em que Ricardo Oliveira foi “se esconder” no futebol árabe.
A seleção brasileira hoje se vê carente de um centroavante. Fred foi um fiasco na Copa, Roberto Firmino pouco fez na Copa América, e Neymar acabou sobrecarregado.
Ricardo Oliveira poderia aliviar um pouco o principal jogador da seleção no ataque e seria um homem de referência para os meias Willian e Philippe Coutinho.
A frase é clichê, mas a verdade é que no futebol brasileiro, atualmente é “panela velha que faz comida boa…”.