Em nenhum momento na história do calcio uma equipe foi tão dominante como a Juventus, atual hexacampeã nacional. Uma façanha inédita que teve início sob o comando de Antonio Conte, hoje no Chelsea, e agora segue nas mãos de Massimiliano Allegri. Mais do que nunca, são todos contra a Velha Senhora na corrente temporada da Serie A.
Ainda que aparentemente não haja ameaças concretas ao seu trono num futuro breve, o já forte clube de Turim superou os 140 milhões de euros em reforços. Não é segredo que esse investimento tem como objetivo alçá-lo ao pináculo do cenário europeu, sobretudo após duas batidas recentes na trave, para Barcelona, em 2015, e Real Madrid, em 2017.
Contudo, essa atuação no mercado também pode ser interpretada como modo de a Juventus reafirmar sua hegemonia frente aos rivais milaneses, que foram vendidos para grupos de empresários da China e fizeram contratações pesadas. Em 2017/18, o Milan saiu às compras e só ficou atrás de Manchester City e PSG em termos de gastos.
Uma das novidades do rubro-negro é surpreendentemente Leonardo Bonucci, que estava brilhando na Velha Senhora.
Também chegaram ao San Siro André Silva (Porto), Lucas Biglia (Lazio) e Mateo Musacchio (Villarreal), Ricardo Rodríguez (Wolfsburg), Hakan Çalhanoglu (Leverkusen), Nikola Kalinic (Fiorentina), Franck Kessié e Andrea Conti (Atalanta).
Já a Internazionale, que está fora das competições europeias, foi mais discreta, mas também trouxe reforços para todos os setores, como Borja Valero (Fiorentina), Joao Cancelo (Valencia), Dalbert Henrique (Nice), Matías Vecino (Fiorentina), Milan Skriniar (Sampdoria), sem contar o técnico Luciano Spalleti e o retorno de Stevan Jovetic.
Mesmo com tantos nomes, nenhum dos times de Milão fala abertamente em briga imediata pelo scudetto. Assim, os principais concorrentes da Juventus devem ser novamente Roma e Napoli, que revezaram o vice-campeonato nos últimos cinco anos. No entanto, ambos não saíram muito fortalecidos na janela de transferências.
Por um lado, a principal vantagem do Napoli de Maurizio Sarri é a manutenção do elenco, que terá a permanência dos cobiçados Mertens e Insigne, artilheiros da equipe.
Isso foi o suficiente para se candidatar ao título e entrar na fase de grupos da Liga dos Campões. No mercado, destaca-se a chegada do jovem atacante Adam Ounas, do Bordeaux. Será o bastante para conciliar a disputa pelo Italiano e a Liga?
Por outro, a Roma viu a saída de Totti, Salah e Rudiger e precisou se movimentar. Com o badalado diretor de futebol Monchi, trouxe promessas como Lorenzo Pellegrini (Sassuolo), Rick Karsdrop (Feyenoord) e Cengiz Under (Basaksehir), que poderão ser lapidadas pelo técnico Eusebio Di Francesco. Ademais, contratou Hector Moreno (PSV), Aleksandar Kolarov (Man. City), Maxime Gonalons (Lyon) e Grégoire Defrel (Sassuolo).
Enfim, dado esse cenário, é bem provável a conquista de mais um scudetto pela Juventus. A briga, por ora, será entre os demais times pelas vagas europeias. Por ora. Sendo a segunda liga que mais gastou na temporada, atrás da inglesa, não é impossível imaginar que alguém poderá em breve surpreenda a Velha Senhora.