Qual a graça do PSG disputar o Campeonato Francês?

Qual a graça do PSG disputar o Campeonato Francês?

Les Parisiens lideram Ligue 1 com 21 pontos de diferença sobre o segundo colocado

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PSG lidera com sobras o Campeonato Francês. Até onde isso é vantajoso? (Foto: Reprodução)
PSG lidera com sobras o Campeonato Francês. Até onde isso é vantajoso? (Foto: Reprodução)

Muito se fala da disparidade de Barcelona e Real Madrid sobre as demais equipes do Campeonato Espanhol. Entretanto, isso mudou com o crescimento do Atlético de Madrid, campeão da temporada 2013-2014, dando certo “equilíbrio” ao futebol espanhol. Na Alemanha, temos o Bayern, que destoa até mesmo do Borussia Dortmund. Mas bizarro mesmo é o futebol francês. Não há competição. O PSG passeia no torneio.

Antes de ser comprado por um grupo de investimento do Qatar – tendo como presidente o qatari Nasser Al-Khelaifi – o PSG era só mais uma equipe no futebol francês. A hegemonia do Lyon havia se acabado em 2007-2008, quando conquistou o heptacampeonato francês. Depois vieram: Bordeaux (2008-2009), Olympique de Marseille (2009-2010), Lille (2010-2011) e Montpellier (2011-2012). Então o ricaço passou a investir pesado no clube francês.

Na temporada do vice-campeonato, em 2011-2012, vieram Javier Pastore, Alex (ex-Santos e Chelsea), Maxwell e Thiago Motta. Na temporada seguinte, ele ligou o “Cheat-O-Matic” e trouxe Ibrahimovic, Thiago Silva, Ezequiel Lavezzi, Marco Verrati, Lucas (ex-São Paulo) e Gregory Wan der Wiel. Todos esses se tornariam titulares da equipe, fazendo do PSG um verdadeiro esquadrão. Não teve jeito, o Paris Saint-Germain conquistaria depois de 19 anos o terceiro título da Ligue 1, com duas rodadas de antecedência.

Então viriam Edinson Cavani e Marquinhos para 2013-2014. O PSG ficaria ainda mais apelão, mas não estaria sozinho. O Monaco também ganharia um investimento pesado através do magnata russo Dmitry Rybolovlev, que comprou o clube em 2011, mas só investiu mesmo nesta temporada. Trouxe Falcao Garcia, James Rodríguez e João Moutinho, além de Ricardo Carvalho, Abidal e Toulalan. Mas não seria suficiente para conter Les Parisiens. O clube seria campeão novamente com direito a nove pontos de vantagem sobre o Monaco.

A graça do Monaco acabaria no ano seguinte. O magnata russo acabaria passando por problemas pessoais, perdendo grande parte de sua fortuna, obrigando-o a vender os craques Falcao Garcia e James Rodríguez, liberando ainda mais o caminho para o soberano PSG. Na temporada 2014-2015, vieram Serge Aurier e David Luiz, titulares da equipe. O Paris Saint-Germain seria campeão com oito pontos de vantagem sobre o Lyon.

Pois é, e agora em 2015-2016, o PSG, como disse na introdução deste texto, passeia, literalmente, no Campeonato Francês. Após 22 rodadas passadas, o pentacampeão francês lidera a competição com 60 pontos, 19 vitórias e três empates. Está invicto com 21 pontos de vantagem sobre o vice-líder Monaco. Comparando com o Campeonato Alemão, onde o Bayern destoa dos demais, os bávaros lideram com oito pontos de vantagem para o Borussia Dortmund, vice-líder da competição, e com 20 pontos de vantagem para o quarto colocado, o Borussia Monchengladbach.

Uma das novidades da temporada 2015-2016 é o argentino Dí Maria (Foto: Reprodução)
Uma das novidades da temporada 2015-2016 é o argentino Dí Maria (Foto: Reprodução)

Reza a lenda que esse investimento no PSG pode acabar se o clube francês não conquistar a Liga dos Campeões dentro de alguns anos. Na atual Liga, o clube está classificado para as oitavas, onde enfrentará o Chelsea, uma grande pedreira, mas outro clube do mesmo “nível”, pois também não era muita coisa sem o investimento de terceiros.

Torço para que o PSG não vença a Champions e o investimento acabe, ou pelo menos diminua. Não dá para aceitar somente um clube soberano em seu país. A Fifa deveria olhar por aqueles que não possuem tanto. Futebol não é negócio. Futebol é a alegria do torcedor, e não a fonte de dinheiro de empresários. E PSG, tradição não se compra, se conquista. Entenda isso.

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