Um fato curioso e de certo modo inquietante marcou a lista de selecionáveis anunciada recentemente pelo técnico Antonio Conte para os amistosos contra Espanha e Alemanha, que serão realizados nos dias 24 e 29 de março, respectivamente. A Itália entrará em campo nas duas partidas sem camisa 10, pois nenhum dos jogadores de linha que estão concentrados em Florença escolheram a prestigiada numeração de tantos craques.
Seria muito pesado carregar nas costas o legado deixado por grandes nomes que levaram tantas glórias ao país da bota? Trata-se de um período de escassez de talentos? Durante a fase de qualificação para a Eurocopa de 2016, apenas dois atletas jogaram com o referido número: o meia-atacante Sebastian Giovinco, de 29 anos, que defende o Toronto FC, e o meia Marco Verratti, de 23 anos, que atua no Paris Saint-Germain.
Por um lado, o “americano” Giovinco ficou fora dos planos de Conte para os dois próximos jogos assim como Pirlo, que também joga na MLS. Por outro, Verratti ainda se recupera de uma pubalgia que o acomete há um mês. Um possível substituto para ambos seria Federico Bernardeschi, que aos 22 anos já enverga a camisa 10 da Fiorentina, antes usada por Giancarlo Antognoni e pelo ídolo Roberto Baggio, com quem o jovem atacante é comparado. No entanto, Bernardeschi optou pelo número 29.
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Outros candidatos poderiam ter sido o estreante Jorginho, meia que tem se destacado pelo Napoli e preferiu a camisa 14, além de seu companheiro de equipe Lorenzo Insigne, que vai a campo com a 11. Já Thiago Motta, do PSG, retorna à seleção trajando a 8. O atacante Graziano Pellè, do Southampton, vestirá a 9, e El Shaarawy escolheu a 22.
Ainda não há explicação oficial para a ausência do 10. Na imprensa italiana já se discute a falta de “coragem” para escolher a simbólica numeração às vésperas do início do maior torneio entre países do continente, que terá início em 10 de junho. Algumas publicações locais admitem que pode não haver estrelas no selecionado nacional, mas há muitos talentos. Outras dizem que a modéstia se sobressaiu ao medo da responsabilidade.
De fato, a Azzurra já não é mais a mesma. Se nas duas últimas competições internacionais o atacante Antonio Cassano trajou a gloriosa 10 (Copa do Mundo-14 e Euro-12), há não muito tempo a camisa era propriedade de Francesco Totti (Mundial-02/06 e Euro-04), Alessandro Del Piero (Mundial-98 e Euro-00) e Roberto Baggio (Mundial-94). Resta saber se a ausência de um jogador à altura dessa tradição não será empecilho para a Itália encerrar o seu jejum de títulos que dura desde a conquista do tetra em 2006.
Veja abaixo a numeração escolhida pelos jogadores:
- 1 Gianluigi Buffon;
- 2 Lorenzo De Silvestri;
- 3 Luca Antonelli;
- 4 Matteo Darmian;
- 5 Davide Astori;
- 6 Antonio Candreva;
- 7 Simone Zaza;
- 8 Thiago Motta;
- 9 Graziano Pellè;
- 11 Lorenzo Insigne;
- 12 Salvatore Sirigu;
- 13 Andrea Ranocchia;
- 14 Jorginho;
- 15 Francesco Acerbi;
- 16 Marco Parolo;
- 17 Eder;
- 18 Riccardo Montolivo;
- 19 Leonardo Bonucci;
- 20 Stefano Okaka;
- 21 Roberto Soriano;
- 22 Stephan El Shaarawy;
- 23 Emanuele Giaccherini;
- 24 Alessandro Florenzi;
- 25 Daniele Rugani;
- 27 Mattia Perin;
- 28 Giacomo Bonaventura;
- 29 Federico Bernardeschi.
