É sabidamente extensa a lista de jogadores sul-americanos que conquistaram o título da Liga dos Campeões da Europa. O Velho Continente está repleto de argentinos, brasileiros, uruguaios e atletas de outras nacionalidades desta região do mundo que brilham no além-mar. O Barcelona, hoje, talvez seja o melhor exemplo disso.
Por outro lado, não podemos dizer o mesmo sobre o histórico dos europeus na Copa Libertadores da América, já que estes não trilham com tanta frequência o caminho oposto do mercado da bola.
Apesar desta escassez, não quer dizer que atletas nascidos no outro lado do Atlântico não tenham feito história em nossos gramados.
Finalista da presente edição da Libertadores, o francês André-Pierre Gignac pode se tornar o terceiro europeu a conquistá-la. O atacante pertence ao Tigres, clube mexicano que irá decidir o novo campeão do certame nesta quarta-feira (5), contra o River Plate, da Argentina, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
Mas o primeiro caso de um campeão “estrangeiro” ocorreu na temporada de 1969, com o tchecoslovaco Christian Rudzky, que defendia o Estudiantes de La Plata-ARG.
Após ganhar o título sobre o Nacional-URU, ele ainda faturou o bicampeonato pelo time “pincharrata” no ano seguinte, antes de se transferir para o Hannover 96, da Alemanha.
Pouco tempo depois, o segundo caso. Natural de Roma, o italiano Dante Mircoli possuía nacionalidade argentina e havia começado a carreira no Independiente-ARG.
Em 1972, fez parte do plantel que levantou a terceira taça dos “Diablos Rojos” na competição. A partir de 1973, já sem o meia, então na Itália, o clube de Avellaneda venceu mais três títulos seguidos da Libertadores.
Ao longo dos anos, outros jogadores nascidos na Europa ainda atuariam nos gramados sul-americanos, mas nenhum deles participou de uma memorável campanha, incluindo os recentes casos do sérvio Dejan Petkovic (Flamengo), do espanhol Daniel Guiza (Cerro Porteño-PAR) e do francês David Trezeguet (Newell’s Old Boys-ARG).
Para finalizar, outro destaque do Velho Continente na Libertadores, embora na função de técnico, foi o croata Mirko Jozić, que comandou o Colo-Colo no vitorioso início da década de 1990.
À frente do time chileno, Jozić levantou seis troféus. O título libertário veio em 1991, sobre o Olimpia, do Paraguai. Até hoje, este é o único troféu do “Cacique” no torneio.
Agora, Gignac pode ampliar o capítulo dos europeus na história do mais prestigiado certame da América do Sul, representando, ironicamente, uma equipe filiada à Concacaf;
Em caso de título, vale lembrar, o francês de Martigues também fará parte de algo inédito: uma equipe mexicana campeã da Libertadores.