Os dois futebóis de Toni Fritsch

Os dois futebóis de Toni Fritsch

Austríaco foi campeão no Rapid Viena e também brilhou jogando na NFL

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Austríaco aproveitou sua potência para fazer carreira na NFL
Austríaco aproveitou sua potência para fazer carreira na NFL

É sabido que o futebol e o futebol americano, embora tenham nomes parecidos, encontram-se em universos distintos. Uma das grandes diferenças entre ambos é que no primeiro se conduz a bola com os pés, enquanto no segundo a mão é utilizada na maior parte das ocasiões. Outro fator marcante é o próprio utensílio de jogo, esférico num e oval no outro. Seus contrastes, porém, foram habilmente superados por Toni Fritsch.

Nascido na Áustria, Fritsch começou sua carreira esportiva chutando a pelota no Rapid Viena, onde chegou aos 13 anos de idade. Ficou seis temporadas nas divisões inferiores do clube até chegar à equipe principal, pela qual estreou em 1964 e pendurou as chuteiras em 1971. Neste período, fez 123 aparições e 13 gols, celebrando três campeonatos e duas copas nacionais. Também defendeu a seleção em nove jogos.

Na mais destacada de suas performances vestindo a camisa austríaca, o atacante balançou a rede duas vezes na vitória por 3 a 2 sobre a Inglaterra, em Wembley, em 1965 – um ano antes de o rival tornar-se campeão mundial. Apesar da carreira estável, uma oportunidade surgida em 1971 mudou surpreendentemente a vida de Fritsch, graças a olheiros da NFL que estavam na Europa para recrutar potenciais talentos.

Segundo a avaliação desses observadores, que realizaram testes quando o convenceram a ir para os Estados Unidos, o austríaco, que não falava inglês e sequer havia chutado uma bola oval até então, reunia as habilidades necessárias para virar kicker do Dallas Cowboys. A decisão deles mostrou-se acertada. Logo em sua estreia, o ex-atacante brilhou e anotou o field goal da vitória por 16 a 13 diante do St. Louis Cardinals.

A passagem de Fritsch no Texas durou até 1975 e coroada com o anel do Super Bowl VI. As lesões, porém, tornarem seu desempenho inconstante e o levaram a ser trocado com o San Diego Chargers, de onde seria dispensado em 1976. Na sequência, integrou o Houston Oilers com destaque no aproveitamento de field goal. Jogaria ainda pelo New Orleans Saints (1982) antes de encerrar a carreira no Houston Gamblers (1984–1985).

Durante suas 11 temporadas na NFL, o austríaco jogou 125 partidas, converteu 137 de 231 field goals e anotou 287 de 300 pontos extras, segundo dados fornecidos pela liga norte-americana. Morreu aos 60 anos na Viena onde nasceu, vítima de problemas no coração, deixando registrada na história a façanha de vencer nos dois futebóis.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.