Com camisa alvinegra, Costa Rica surpreendeu na Copa de 1990

Com camisa alvinegra, Costa Rica surpreendeu na Copa de 1990

Uniforme foi homenagem a clube costarriquenho e forma de obter apoio do público em Turim

COMPARTILHAR
Costa Rica 1990 Copa do Mundo
Costa Rica enfrentou Brasil e Suécia com a camisa preta e branca de listras verticais (Foto: Reprodução/FIFA)

A extraordinária participação da Costa Rica na última Copa do Mundo ainda está bem fresca na memória dos torcedores em geral. Primeiro, porque se trata de um evento recente, é óbvio. Segundo, acima do fator cronológico, porque o selecionado caribenho surpreendeu ao liderar o grupo da morte e ficar a um passo das semifinais. Com bom futebol, alegria contagiante e lema de vida positivo, os “Ticos” fascinaram a todos.

No entanto, esse profundo carisma demonstrado no maior torneio da FIFA não vem de agora. Ele remete a 1990, para ser preciso, quando eles disputaram a sua primeira Copa, na Itália, formando o grupo C ao lado de Escócia, Suécia e ninguém menos que o Brasil. Sob o comando do sérvio Bora Milutinovic, contratado há 90 dias do pontapé inicial, os costarriquenhos derrubaram prognósticos e chegaram até as oitavas de final.

Juventus !990 UEFA CUP
Juventus celebra título da Copa da UEFA em 1990 (Foto: Reprodução/UEFA)

Na ocasião, uma mudança radical no vestuário também marcou a presença dos Ticos no Mundial. Como homenagem ao clube mais antigo do país, o Club Sport La Libertad, a federação decidiu que o segundo uniforme da equipe nacional seria inspirado no preto e branco do “Decano”.

Porém, havia outras motivações por trás da referida escolha, como revelou à FIFA o ex-meia Alexandre Guimarães, que esteve com o grupo na Itália.

Depois da vitória por 1 a 0 sobre a Escócia, em Genoa, a Costa Rica enfrentaria o Brasil, em Turim. “Bora sugeriu que usássemos essa camisa por causa da Juventus”, explicou Guimarães. A estratégia era usar uma camisa semelhante à da Velha Senhora para criar identificação com o público local. Segundo o jogador, porém, a ideia não teve o efeito esperado. “Não deu certo porque o estádio estava lotado de fãs do Brasil”, continuou.

A vitória simples graças ao tento de Müller garantiu a equipe canarinho nas oitavas de final e obrigava os costarriquenhos a vencerem o duelo contra a Suécia, em Genoa, para seguir no certame. Os europeus até saíram na frente, mas os Ticos, novamente trajados com o uniforme de listras alvinegras, garantiram a virada por 2×1 no fim do jogo. Na fase seguinte, agora de camisa vermelha, perderiam por 4×1 para a Tchecoslováquia.

Após a queda, a Costa Rica só voltaria ao Mundial em 2002 e 2006, somando uma única vitória (2×0 sobre a China), um empate (1×1 com a Turquia) e quatro derrotas (5×2 contra o Brasil, 4×2 contra a Alemanha, 3×2 contra o Equador e 2×1 contra a Polônia). Isso até a carruagem de Jorge Luis Pinto, com Keylor NavasBryan Ruiz e Joel Campbell, assombrar o mundo em 2014, arrebatando o coração de vários torcedores.

Deixe seu comentário!

comentários